quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Uma Pausa

Até 19 de Fevereiro irei fechar os olhos...

... pode ser que de vez em quando os abra para olhar desde a Ribeira, mas não garanto.

Até Fevereiro!

Natal



Festeja-se o Natal porque Jesus nasceu mais ou menos a 2007 anos, por isso nãos nos esqueçamos do mandamento novo que nos deixou:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!"
Feliz 2008!
Imagem retirada daqui

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vila Mendo de Tavares, paróquia no séc. XVIII?

(Fotografia retidada do Blog "Terras de Tavares")


Na década de 40 do século XVIII, a população de Vila Mendo de Tavares requereu à ao Rei licença para se desanexarem da paróquia de Abrunhosa-a-Velha e constituírem, assim, uma paróquia autónoma.

Alegavam estes moradores que a sua aldeia distava mais de meia légua da sede e que no percurso existiam ribeiras caudalosas, que, no Inverno, dificultavam a sua travessia. Diziam, mesmo, que já diversas pessoas tinham morrido sem sacramentos, por o pároco não ter chegado a tempo de os ministrar.
Na aldeia já existia uma capela, dedicada a S. Domingos, construída pelos moradores e cuja fábrica lhes pertencia, e cujo estado de conservação, diziam, estava tão bom ou melhor que o da Igreja Paroquial. Para além de se obrigarem à fábrica (conservação e manutenção) da Igreja, também se obrigavam às despesas da Confraria do Santíssimo Sacramento.
Nesta data a paróquia de Abrunhosa-a-Velha estava anexa à paróquia de Chãs de Tavares, do padroado real, cujo abade concordava com a desanexação.

O Rei D. João V por alvará de 20 de Maio de 1749, “faz mercê de lhes conceder a licença que pedem para se desanexar da freguesia de Abrunhosa fazendo-se essa na Igreja de S. Domingos do mesmo lugar de Vila Mendo que ficará filial do seu Padroado e o cura nomeado pelo Abade dela e com as mais declarações apresentadas na sua resposta com declaração que vindo o pároco da dita Igreja de S. Domingos em qualquer tempo a ser colado será apresentado por Sua Majestade (...)”.
Por fim determina o monarca, que os suplicantes deverão recorrer ao Bispo de Viseu para lhes conceder a licença de desanexação como lhe compete.

Não sabemos, se alguma vez os intentos dos moradores de Vila Mendo de Tavares foram concretizados. Talvez não! O cura de Abrunhosa-a-Velha na sua memória de 1758, quase dez anos depois, refere que Vila Mendo de Tavares pertence à sua paróquia.




Nota: o referido alvará encontra-se no Registo Geral de Mercês, D. João V, Livro 40, f. 74, depositado na Torre do Tombo, em Lisboa.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

As vias dos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo em 1856

(Clique na imagem para aumentar)


No Arquivo Histórico das Obras Públicas, em Lisboa, encontra-se um “Mappa Chorografico das estradas do districto de Viseu que devem ser melhoradas segundo o decreto de 26 de Julho de 1843”, datado de 12 de Outubro de 1856 e elaborado por Valentim José Correia.


Neste mapa podemos ter uma noção das principais estradas que atravessavam os concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo.

De Viseu partiam duas vias principais, uma entrava no concelho de Mangualde pelos Banhos de Alcafache e outra pela Ponte de Fagilde. A primeira dirigia-se a Vilar Seco, Nelas e atravessava o Mondego até Seia. A segunda rumava a Fornos de Algodres, passando por Canedo do Chão, Passos, Quintela de Azurara, Corvaceira, Vila Cova de Tavares e passava a Ribeira da Canharda na zona de Alpaioques. Em Quintela de Azurara existem dois topónimos que recordam a passagem desta estrada real, o “Caminho Largo” e o “Carril”. Em Alpaioques, até à construção da A25, existia junto da Rib.ª da Canharda um bom troço de lajeado, já no lado de Fornos de Algodres.

Desta Estrada Real saiam dois ramais principais, um que servia Mangualde e voltava a entroncar nesta estrada entre os Matados e Vila Cova, com um trajecto similar à da actual EN 16, excepto na última parte do percurso; e outro que servia as aldeias do concelho de Penalva do Castelo, localizadas na margem direita do Rio Ludares, Germil, Lamegal, Abogões, Real, Casal das Donas, Pousadas, Marreco e Antas.
Na Roda ainda existe um marco datado de 1820 indicando o local por onde passava a estrada para Mangualde.

Existiam, ainda, múltiplos caminhos que ligavam as diversas povoações dos dois concelhos a estas vias principais.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Parabéns (atrasados) à BMM


A Biblioteca Municipal de Mangualde Dr. Alexandre Alves comemorou ontém 10 anos.

Nesta data lançou o seu novo sítio na Internet em: http://biblioteca.cmmangualde.pt/

domingo, 18 de novembro de 2007

Epigrafe de Fornos de Algodres que afinal é das Antas!

Aos bloguistas Al Cardoso e Nuno Soares, de Terras de Algodres

Em 1911, Diogo Augusto Lemos, morador nas Antas, concelho de Penalva do Castelo, informava Leite de Vasconcellos da descoberta de uma pedra com letras numa capela desmoronada.

Leite de Vasconcellos, vendo que se tratava de uma ara romana, pede que seja oferida ao Museu de Belém, o que acontece, e onde permanece até hoje.

Nas "Relegiões da Lusitânia" (vol. 1, p. 225, nota) Leite de Vasconcellos publica a ara como tendo sido encontrada em Fornos de Algodres, e desde essa data tem sido sempre referenciada como encontrada nesta vila beirã.

Na verdade, como já referimos, ela foi encontrada em Antas, concelho de Penalva do Castelo, e a par de outra ara recentemente dada a conhecer, constituem os únicos vestígios do período romano desta freguesia.

Esta informação foi obtida durante o projecto que desenvolvi no âmbito da Associação Cultural Azurara da Beira, denominado "Os concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo no Epistolário do Dr. Leite de Vasconcellos".
As cartas enviadas por Diogo Lemos a Leite de Vasconcellos encontram-se no Arquivo José Leite de Vasconcellos depositado no Museu Nacional de Arqueologia (Arq. JLV, CoR, 1765).
Alguns resultados preliminares foram já divulgados numa comunicação apresentada no IV Congresso de Arqueologia Peninsular, em 2004, estando para breve a edição das actas da respectiva sessão.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Torre de Gandufe vai (está a) ser valorizada



A Torre de Gandufe, na aldeia homónima da freguesia de Espinho, Mangualde, é a única torre senhorial que sobrevive no concelho de Mangualde.


A Câmara Municipal de Mangualde contratou com a empresa ArqueoHoje a valorização deste imóvel, cuja classificação se encontra em estudo.


Os trabalhos a desenvolver pela ArqueoHoje serão:


  1. Tratamento e Consolidação das Estruturas

  2. Sondagens arqueológicas de diagnóstico

  3. Colocação de um marco urbano com texto explicativo (idêntico ao da muralha romana de Viseu na R. Formosa)

  4. Edição de um desdobrável

A Equipa responsável pelos trabalhos será constituída por Lúis Filipe Coutinho Gomes, João Miguel André Perpétuo; Joaquim Ascenção Pereira dos Santos Garcia, Filipe João Carvalho dos Santos; Rui Filipe Mendes Barbosa.


Esperemos que outros sítios arqueológicos do concelho venham a merecer a atenção da autarquia mangualdense.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Pe. António Pinto Lobinho (20-01-1944 / 02-11-2007)

Aqui fica a minha homenagem ao Pe. António Pinto Lobinho.

Pessoa que conheci em 2004 e com quem partilhei momentos de fraternidade cristã.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Feira dos Santos: Febras ou Marrã?


Há cerca de um ano, num blog de Mangualde, comentando um post sobre a Feira de Santos disse o seguinte:
Passei hoje por Mangualde. Só vi placas a indicar febras. Nem Feira dos Santos, nem Mostra de Artesanato tiveram direito a placas. Será que já mudaram o nome à Feira? Eu sempre conheci como Feira de Santos ou da Marrã!

Logo três pessoas disseram que sempre a conheceram por Feira das Febras, uma havia pelo menos 46 anos, outra havia mais de 50 anos, e outra a tempo indeterminado.
Um deles, com o seu humor característico, disse: Deve ser coisa ancestral, quiçá neolítica, sei lá. "Marrã" é que nunca ouvi.
Outro deles questionou a minha origem mangualdense e disse: Meu amigo, feira dos santos ou das febras ou feveras, sim, o resto mais uma demagogia do contra. Deve consultar o ortopedista.
A este último respondi o seguinte:
Sou de Penalva do Castelo, de uma aldeia para cá do Ludares, a Ribeira, freguesia de Real. Os meus pais sempre me falaram desta feira como sendo dos Santos ou da Marrã, que era a carne que se ia comer. Ainda ontém confirmei isto com eles. E o curioso é que esta semana esteve lá em Casa, em Lisboa, um senhor a compor um electrodoméstico, que é de Cativelos, e lhes disse que ia comer a marrã a Mangualde este fim de semana!

Na altura prometi ao autor do Blog que caso encontrasse algo escrito lhe enviava. Já o fiz, mas aproveito para colocar agora aqui uma foto da notícia do Notícias da Beira sobre a Feira dos Santos de 1963 (a qualidade não é muito boa, mas consegue-se ler).


No Notícias da Beira encontramos várias referências à marrã nas notícias referentes à Feira de Santos:
Em todo o caso fizeram-se muitas e variadas transacções, especialmente da tradicional "marrã", pois foram abatidas algumas centenas de cevados. (NB, 441, 10-11-1947).
O facto imprimiu ao ambiente um ar de grande entusiasmo e movimento em todos os sectores do mercado, tendo-se realizado importantes transacções, principalmente de marrã, sendo abatidos mais de 500 suínos! (NB, 801, 10-11-1962).

Destaca-se ainda a venda de carne de suíno (marrã) pois além do consumo que nesse dia se repista nos restaurantes e nas pitoresas bancas... (NB, 824, 1963).




Apenas na década de 70, principalmente no pós 25 de Abril, deixa de haver referências à marrã e passam a ser referidas as febras.



Para quem não saiba o termo marrã designa a bácora que já deixou de mamar ou simplesmente a sua carne. O termo é bastante antigo e aparece no Foral manuelino de Tavares (10-02-1514). O bácoro ou a sua carne era chamado de gorazil (termo que também surge no Fora de Tavares). Com o tempo o termo gorazil caiu em desuso e o termo marrã passou a designar genericamente a carne fresca de porco ou porca.
Em Mogadouro, por exemplo, a Feira anual chama-se Feira dos Gorazes, mas as pessoas dizem que comem a marrã!

domingo, 28 de outubro de 2007

Está próximo


É já no próximo fim de semana que se realiza mais um Congresso da Juventude Hospitaleira, movimento juvenil a que pertenço há 10 anos.

Alguns jovens do concelho de Mangualde já pertenceram este movimento juvenil, mas hoje não existe nenhum mangualdense inscrito.

Quem quiser saber mais sobre a Juventude Hospitaleira poderá ir aqui.

Também neste fim de semana se realizará em Mangualde a tradicional Feira de Santos, outrora conhecida como Feira da Marrã, hoje como Feira das Febras.


Nota: Como estou fora da Ribeira e não tenho acesso ao blogger, envio esta mensagem por correio electrónico. É a primeira vez que experimento esta forma de colocar mensagens no blog, espero que tenha funcionado.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Uma viagem por Terras de Alcafache


A freguesia de Alcafache no contexto da região beiraltina é uma freguesia marcadamente contemplada com variadíssimos vestígios arqueológicos que permitem vislumbrar a importância desta terra ao longo da História. É reconhecida a importância das termas durante o período relativo ao domínio romano. As Termas de Alcafache continuam na actualidade a assumir-se como um marco importante nas preferências de centenas de portugueses e de turistas, com grande incidência no turismo sénior.
A freguesia de Alcafache dispõe de múltiplos monumentos e templos religiosos riquíssimos e de interesse turístico redobrado. Além disso, beneficia de uma exponencial localização (entre Mangualde e Viseu), sendo hoje servida por uma malha viária de qualidade e apresenta uma grande oferta de recursos ambientais. Tem por isso um potencial turístico bem vincado que há-de afirmar-se cada vez mais nos anos vindouros.
A História de uma freguesia faz parte da sua própria identidade, sendo o património cultural a materialização dessa identidade que urge preservar e divulgar.
Nesta conformidade, é imprescindível a edição desta obra, que se afigura como mais um instrumento e um apoio para a promoção e divulgação turística da Freguesia de Alcafache e em particular das potencialidades das termas e dos demais recursos endógenos potenciadores de mais turismo e de um maior desenvolvimento. Este trabalho é da não se trata de uma monografia sobre a freguesia, mas sim uma recolha de vários apontamentos históricos sobre a freguesia e os seus monumentos, com o objectivo de divulgar esta bela freguesia onde o verde bordeja o Dão.

(Texto de apresentação da obra pelo Presidente da Junta de Freguesia, Sr. Justino Costa)

Já se encontra à venda esta pequena obra da minha autoria e editada pela Junta de Freguesia de Alcafache.

Quero aqui salientar o empenho que a Junta de Freguesia, nomeadamente o seu presidente, coloca na valorização do património e da história da freguesia de Alcafache.
Numa primeira parte apresentamos alguns apontamentos históricos e numa segunda parte um "percurso" pelas aldeias da freguesia.

A obra encontra-se à venda na Junta de Freguesia e na Casa de Bordados em Tibaldinho, por 5€.

domingo, 21 de outubro de 2007

Terá a Ribeira pertencido às Terras de Azurara?




Entre 1055, data da conquista do castelo de Seia, e 1068, data da conquista do Castelo de Coimbra, Fernando Magno fixa a linha de fronteira no Mondego.


Começará agora o repovoamento de toda a região de Viseu pelos Cristãos, através de presúrias[1], da concessão de forais[2] a várias terras e de propriedades a nobres e ordens religiosas.


A mais antiga referência documental onde surge o topónimo Real é no foral de Zurara (1109-1112), parte do actual concelho de Mangualde. Neste documento surge como nome do Rio Ludares que fazia fronteira, grosso modo, entre as terras de Zurara e de Penalva.


Sendo o rio Ludares a fronteira, terá a Ribeira nesta altura pertencido ao concelho de Zurara? Não cremos. Os limites que constam do foral são muito genéricos e nas Inquirições de 1258 surge a Ribeira em terras de Penalva, sem qualquer referência às terras de Zurara. Por outro lado, nada garante que a Ribeira nesta época se localizasse na margem esquerda do Rio Ludares. Poderia localizar-se na margem direita na zona dos Moinhos junto à actual ponte, sendo, assim, o rio Ludares a efectiva fronteira entre as Terras de Zurara e de Penalva.

[1] Título especial a que eram concedidas aos nobres certas terras por eles conquistadas aos infiéis, durante a reconquista cristã e a formação territorial de Portugal.

[2] Documento emanado do monarca, pelo qual se constituía o concelho, se regulava a sua administração, e se indicavam os seus limites e privilégios.


Para saber mais sobre a história da freguesia de Real clique aqui.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Reedição da Monografia de Mangualde: Será desta?

Na reunião de 3 de Outubro de 2007 da Câmara Municipal de Mangualde não se discutiu a tal PPP, que muita tinta tem feito correr.

A Câmara Municipal de Mangualde deliberou revogar o protocolo que tinha estabelecido com a Associação Cultural Azurara da Beira (ACAB) e o Sr. Valentim Oliveira (detentor dos direitos de autor da monografia de Mangualde escrita por Valentim da Silva), referente à edição da monografia.

Assim, em breve deverá ser feita a escritura pública para a transmissão dos direitos de autor da monografia doados pelo Sr. Valentim Oliveira e cuja aceitação foi liberada pela CMM na sua reunião de 13 de Junho de 2007. O Sr. Valentim colocou como condição para a doação ter efeito, a edição da obra no prazo de um ano e a sua venda pelo preço mais baixo possível.

Esperemos que seja desta que a Monografia seja editada. Como obra editada pela primeira vez em 1946, trata-se de uma obra já desactualizada mas com valor histórico que justifica a sua reedição.

É importante a reedição destas obras, como também aconteceu, por exemplo, com a obra de Pinto Loureiro sobre o concelho de Nelas e reeditada pela CM de Nelas; ou a obra de Fernando Barros Leite sobre o concelho de Penalva do Castelo e reeditada pela respectiva CM. Mas deveriam ser acompanhadas de notas e comentários que actualizassem alguns dados, de forma a fornecer a quem as lê hoje em dia dados correctos fruto de investigações posteriores. Principalmente em concelhos onde não abundam estudos monográficos sobre a história local, como acontece no concelho de Mangualde, em que a maioria das edições são sobre elementos do seu património cultural.

Para quem não conhece a monografia de Mangualde da autoria de Valentim da Silva, poderá consultar fotocópia da obra na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves, em Mangualde.

domingo, 14 de outubro de 2007

Touradas em Alcafache: o fim de uma tradição


Quando em 1759 o Abade José de Almeida Preto tomou posse da Paróquia de Alcafache, após a morte do seu antecessor, ficou escandalizado com as tradições que aqui se praticavam.
Era costume na freguesia haver largada de touros durante os festejos dos vários santos da freguesia.
O reverendo abade deverá ter tentado demover a população de fazer estes festejos, mas sem sucesso tendo por isso pedido o auxílio régio.
Uma das festas em que se costumava fazer largada de touros era na de N.ª Sr.ª dos Prazeres, em que os mordomos tinham que providenciar os touros. Caso tal não acontecesse, os mordomos eram gozados pela restante população que, mascarada, com chocalhos, buzinas e outros instrumentos ruidosos, percorria os povos da freguesia imitando o enterro de um dos mordomos, retratado por um boneco num esquife.
O Rei atendeu a pretensão do abade e ordenou, em 1764, o fim de tal festejos, assim como penas para quem o realizasse ou ajudasse na sua realização, tanto os mordomos como a restante população. A pena mais severa era a prisão no Limoeiro, uma cadeia em Lisboa, e o confisco dos bens para a Coroa.
E assim, acabou uma tradição de tempos remotos.
Transcrevemos a seguir a Ordem enviada pelo Rei ao Corregedor de Viseu para fazer cumprir o que tinha decidido, publicada por Boaventura de Noronha[1].

1764, 5 Abril – Carta de D. José I para o Corregedor da Comarca de Viseu ordenando o fim das corridas de touros em Alcafache.

Arquivo da Câmara Municipal de Mangualde – Livro de Registos (ano 1763)

Dom José por graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar, em África, Senhor da Guiné, etc., faço saber a vós Corregedor da Comarca de Viseu que José de Almeida Preto, Abade colado da paroquial Igreja de S. Vicente de Alcafache me representou por sua petição, que sendo Eu servido provê-lo na dita Igreja para reger, e encaminhar como pastor, as suas ovelhas para o Céu, sucedera achar entre elas, o bárbaro uso de festejar com touros o Povo nos dias de algumas festividades, como era na Dominica in Albis, em que os mordomos da Irmandade de Nossa Senhora dos Prazeres costumavam fazer festa popular com os ditos touros como também em outras festividades, de alguns santos, que se celebravam pelo decurso do ano, em que de ordinário sucedia haver bulhas, e morte como já tinha havido; e querendo o Suplicante evitar estes danos assim temporais, como espirituais, entrara a admoestar seus fregueses para que não usassem de semelhantes festejos no que se desculparam os ditos mordomos, que não queriam ser injuriados com a surra, a que chamam cortiçada que lhes fazia o povo quando não faziam a dita festa de touros, como o era e mascarando-se parte da plebe, usando buzinas, chocalhos, e batendo em cortiços e outros ridículos instrumentos para fazerem estrondo, e ludíbrio, aos ditos mordomos, discorrendo todos assim armados com paus por todos os povos da freguesia com uma estátua em um aparente esquife, fingindo um dos mordomos morto naquele injurioso enterro que findava em a queimarem em parte pública com muitas vozes: Morra Fulano!, cujo caso tinha sucedido na Dominica in Albis próximo passada; e como o Suplicante desejava que os seus fregueses vivessem todos em paz, e sossego nas suas consciências e não em abusos tão alheios do serviço de Deus, e das minhas Leis; me pedia fosse servido mandar que vós ou o Juiz de Fora de Azurara donde era termo a mesma freguesia de Alcafache, mandásseis nela deitar pregão que toda a pessoa que desse touros, ou concorresse para eles; ou fizessem cortiçadas, ou usassem de alguns instrumentos para eles fosse presa e remetida à sua custa para o Limoeiro, confiscados todos os seus bens para a minha Real Coroa. E visto seu requerimento e informação que sobre esta matéria me enviasteis: Hei por bem e vos mando que na freguesia de Alcafache se não corram touros com ponta e só na forma da Lei; e quando algum mordomo os não quiser dar, não seja por isso injuriado com a dita cortiçada; e todo o que se mascarar, e para ela concorrer e fizer ajustamento, incorrerá nas penas, dos que fazem assuadas, e procedereis pela mesma devassa para averiguação dos delinquentes; E esta Ordem fareis registar na Câmara e publicar por pregão, para todo o tempo constar que Eu assim o houve por bem.

[1] NORONHA, Boaventura de (1960) - Antigas corridas de Touros em Alcafache III. Notícias da Beira. Mangualde. 734, de 25-01-1960, p. 4.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

2 anos de Trabalho, Honestidade e Competência na freguesia de Real




Faz hoje dois anos que fui eleito pela população da freguesia de Real para a Assembleia de Freguesia. Na mesma lista foi também eleito o Paulo Jorge de Sousa Lemos.

Tem sido uma experiência muito rica quer para nós eleitos quer para a própria freguesia!

Toda a nossa actividade pode ser consultada aqui.

O nosso boletim que editamos 4 vezes no ano e distribuimos porta-a-porta, pode ser consultado aqui.

Poderá ver aqui o estudo monográfico sobre a história e o património da nossa freguesia!

Uma oposição séria, para um poder local forte, e uma freguesia desenvolvida!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

À memória de Castendo




Comemoraram-se recentemente em Penalva do Castelo o 50 anos da mudança do nome da vila de Castendo para Penalva do Castelo, com uma palestra e a inauguração de uma avenida.


Só mais recentemente vi no jornal O Penalvense uma fotografia da placa toponímica da dita avenida (a que está na foto).


Quando a vi lembrei-me logo dos memoriais que existem à beira das estradas evocando a triste morte de alguém num acidente ou despiste.


Será que não havia outra forma de evocar o cinquentenário da mudança do nome da vila.

Em vez das duas datas, porque não um texto como este: "Inaugurada no cinquentenário da mudança do nome da vila de Castendo para Penalva do Castelo. 07-08-2007"

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Escola Diocesana de Educação Cristã






Hoje fala-vos de uma experiência recente na minha diocese, A Escola de Leigos.



Foi em Janeiro de 2006 que arrancou a 1ª experiência e prolongou-se atá Junho de 2007. Semanalmente mais de uma centena de pessoas se congregava em Viseu para tomar parte nesta experiência.

Uma experiência enriquecedora para todos aqueles que tomaram parte nela, quer tivessem ou não uma actividade pastoral concreta nas suas comunidades.



Aconselho a todos os leigos católicos!



Deixo aqui um texto enviado hoje pelo Pe. Nuno Almeida, o grande timoneiro deste projecto.





Preparar “discípulos-missionários” para a Nova Evangelização


O Bispo de Viseu presidiu, no Centro Pastoral, no dia 25 de Setembro, à sessão de abertura das aulas, da Escola Diocesana de Educação Cristã (EDEC).
Um momento celebrativo sintonizou os alunos com a Palavra de Deus. Coube, a seguir, a D.Ilídio Leandro, com o tema “O Anúncio na Nova Evangelização”, traçar o rumo e apresentar os objectivos da EDEC: 1.Possibilitar uma leitura cristã dos sinais dos tempos e uma visão de conjunto da fé nos seus elementos integrantes e nas várias dimensões; 2.Propor aos jovens e adultos formação comum acessível, orgânica, progressiva, permanente e que prepare para viver com entusiasmo e empenho a vocação no mundo de hoje e na comunidade cristã.
A tarefa da EDEC resume-se, segundo o Bispo de Viseu, na formação de “discípulos-missionários”, pois “Deus quer transformar este mundo velho, num Mundo Novo, com valores novos e critérios novos. Precisa de protagonistas que aceitem o Seu chamamento e o Seu envio”.

Quem desejar poderá ainda integrar a EDEC, a funcionar à terça-feira, às 20.30h, no Centro Pastoral, juntando-se assim aos quarenta alunos inscritos. As actividades da EDEC começarão em breve nas outras zonas pastorais.



Mais informações em: http://www.diocesedeviseu.pt/edec.html

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Percurso Pedestre em Quintela de Azurara


Como já referi aqui, há alguns anos desde que dois carolas da Associação do Rancho "Os Azuraras" de Quintela de Azurara calcorrearam a freguesia na tentativa de idealizarem um percurso pedestre para a freguesia.

Eis que agora é inaugurado um Percurso Pedestre implantado por iniciativa da Câmara Municipal de Mangualde.
Mais informações aqui.

O de Alcafache será o próximo?

Afinal os gambuzinos existem!!!

Ora leia-se Aqui!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Ai Agora!

Agora que eu já lá não estou é que fazem aberturas destas !!!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Voluntariado: uma Escolha Solidária




No 21 de Setembro de 2007, no âmbito da operacionalização do Plano de Acção 2007/2008, o Conselho Local de Acção Social de Mangualde, em conjunto com a Autarquia, vai dinamizar no Auditório da Câmara Municipal de Mangualde, a Acção de Sensibilização “Voluntariado: uma Escolha Solidária”, orientada para a importância do Voluntariado e da criação de um Banco Local de Voluntariado.
Os temas a abordar constam do programa que segue em anexo, assim como a ficha de inscrição que deverá ser remetida a esta rede até ao dia 18 de Setembro de 2007.

Programa e Ficha de Inscrição

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Igreja Matriz de Mangualde: a classificação nunca decretada

Hoje republico um texto já publicado no jornal Renascimento, de Mangualde, revisto e actualizado para ser inserido na minha dissertação de mestrado sobre o Património Cultural do concelho de Mangualde.

Em 1934 corriam obras na Igreja Matriz de Mangualde que colocaram a descoberto a cachorrada da fachada lateral, notando-se assim, ainda mais, a sua medievalidade.
D. Beatriz Pais de visita a Mangualde deslocou-se à Igreja Matriz e vendo a cachorrada comentou o assunto com quem estava “à frente” do jornal Renascimento. Logo este jornal solicitou um artigo de fundo sobre a Igreja Matriz ao Dr. Valentim da Silva, que já antes tinha escrito para as páginas daquele jornal sobre a história local.
Entretanto a D.ª Beatriz Pais levou o original do artigo e fotografias que mostrou ao D. José Pessanha, membro do Conselho Superior de Belas Artes, que logo decidiu propor a classificação da Igreja como Monumento Nacional.
Assim, na sessão de 11 de Outubro foi presente a referida proposta que foi aprovada por unanimidade na sessão de 19 de Novembro 1934, e depois homologada a 15 de Dezembro pelo Ministro da Instrução Pública, Eusébio Tamagnini. Nesta proposta era invocado como motivo de classificação o facto de ainda "conservar interessantíssimos trechos de primitiva edificação, de estilo românico." No processo encontra-se a minuta do decreto de classificação que terá sido assinado em fins de 1934 ou inícios de 1935, mas que por qualquer motivo nunca foi publicado.
Na última notícia publicada sobre este assunto, a 15 de Janeiro, o Renascimento agradecia o empenho e interesse da D.ª Beatriz Pais e informava que a notícia da assinatura do Decreto de Classificação "não entusiasmou de mais a gente da nossa terra, em especial o meio católico, receoso d'algumas modificações que possas prejudicar o culto no mesmo templo. Estamos informados que as regalias dos fiéis não sofrem dano e a igreja beneficiará muitíssimo no seu aspecto geral. Alguém trabalha para que seja concedido um subsidio, o maior possível, de forma a que as obras se façam rapidamente, mas dentro dum plano criteriosamente estudado."
Como o decreto nunca foi publicado, esta classificação nunca teve eficácia, tendo sido classificada em 1983 como Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto do Governo n.º 31/83, de 9 de Maio, no seguimento de outro processo, ao qual aludiremos mais adiante.

domingo, 26 de agosto de 2007

Olhando um pouco mais longe.

Saindo um pouco do meu campo de visão desdea Ribeira.

Para um bispo peculiar, um báculo peculiar. Vejam aqui

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Foral de Azurara: 1102 ou [1109-1112]

Este fim de semana decorreu no burgo mangualdense mais uma edição da Feira Medieval de Mangualde.
Não irei tecer qualquer comentário sobre ela. Já o fiz aqui neste blog, e sobre as feiras medievais em geral concordo com o que referiu o Al Cardoso, entre outros.
O que me leva hoje a escrever é a data de outorga do Foral de Azurara. Em 2002 comemoraram-se os 900 anos, e em cada edição da Feira Medieval lá vem o ano de 1102 como data da outorga do Foral.
Mas esta não foi a data de outorga do Foral!
Não temos hoje o original do Foral, mas sim uma cópia do mesmo. Foi a partir da data que consta desta cópia, que não é totalmente perceptível, que se chegou ao ano 1102.
Pedro Azevedo ao publicar os Documentos Medievais Portugueses, onde consta o Foral de Azurara, fez a critica de todos os documentos.
No caso do Foral de Azurara chegou à conclusão que aquela data não poderia ser. Pois, um dos outorgantes, o bispo D. Gonçalo Pais, só foi nomeado bispo em 1109. Por isso a data mais recuada que o foral poderia ter seria de 1109. Dos outros outurgantes o primeiro a falecer foi o D. Henrique, em 1112. Por isso é utilizado para datar o foral de Azurara o intervalo temporal [1109-1112].
Almeida Fernandes numa conferência sua, lida pela filha Flávia, na Escola Secundária de Mangualde vai mais longe admitindo como data de outorga o ano de 1109, o tal em que terá nascido em Viseu D. Afonso Henriques.
Para chegar a esta data Almeida Fernande baseou-se na transição de Santar do território de Azurara, no qual aparece num documento de 1103, para o de Senhorim, como refere um documento de 1110. Tal transição deveria ter-se devido à definição de fronteiras entre os dois territórios depois da outorga do foral a um deles, neste caso a Azurara.
Esta conferência está publicada no Mangual: Boletim Informativo da Escola Secundária de Mangualde, Ano V, n.º 1, Maio 1993.
Nota: Este post foi alterado. Antes figurava D. Hugo como tendo sido nomeado bispo em 1109. D. Gonçalo Pais é que foi nomeado bispo em 1109. Também constava 800 anos de foral, quando de facto se festejaram os 900 anos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

7 maravilhas de Penalva do Castelo: resultado

Os resultados já foram apurados e a vencedora foi: Casa da Ínsua.

Os resultados poderão ser vistos aqui.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Curiosidades da Carta Administrativa

A Carta Administrativa Oficial de Portugal, CAOP, estabelece os limites oficiais das freguesias, concelhos e distritos.

A CAOP teve a sua primeira versão em 2001 e a actual versão, a n.º 6, data de Julho deste ano. A elaboração da CAOP é da responsabilidade do Instituto Geográfico de Portugal.

Ao georeferênciar alguns sítios através do visualizador do IGP reparei que três deles, ou melhor dois porque um já eu sabia, não pertenciam à freguesia a que normalmente são atribuídos.

Refiro-me aos seguintes casos (clique nas imagens para as ver ampliadas):

Capela de N.ª Sr.ª do Bom Sucesso (Chãs de Tavares/São João da Fresta)

Pela CAOP grande parte desta capela, incluindo a entrada principal, pertence à freguesia de S. João da Fresta.

Castro da Paramuna (Esmolfe/Castelo de Penalva)

O cume do Monte onde se implantou um castro e hoje se encontra um cruzeiro e um vértice geodésico, não pertence à freguesia de Esmolfe mas sim à de Castelo de Penalva.


Cruzeiro do Alto da Serra (Real/Castelo de Penalva)

Este Cruzeiro que foi construido por um realense, e onde muitas crianças e jovens da freguesia brincaram, localiza-se segundo a CAOP na freguesia de Castelo de Penalva.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

7 Maravilha de Penalva e o caso da Ponte do Castelo



Já anteriormente me referi aqui à votação das 7 maravilhas do concelho de Mangualde. Hoje vou falar da congénere eleição promovida pela Câmara Municipal de Penalva do Castelo para o respectivo concelho.
Não sei há quanto tempo está em linha a eleição, pois só hoje olhei para o painel de votações do sítio na Internet desta edilidade.

Se considerei a lista colocada a votos no concelho de Mangualde redutora, a de Penalva ainda mais redutora é, pois apenas permite escolher de uma lista de 11 candidatos.

Neste caso não iremos tecer considerações sobre a forma da votação, pois não se trata de uma iniciativa com amplitude que a que foi projectada para Mangualde, mas sim de mais uma simples votação no sítio da Câmara Municipal. Se repararem periodicamente existe neste sítio uma votação diferente.

Apenas teceremos dois comentários sobre dois dos candidatos:

1 – Sepulturas escavadas na rocha
Que sepulturas serão? Todas as sepulturas que existem no concelho?

2 – Ponte Romana
Onde existe uma ponte romana no concelho? Será que se referem à Ponte do Castelo?
Se é, gostaria de esclarecer que esta ponte não é romana, foi feita no séc. XVII.
Como refiro no levantamento que diz para a ex-DGEMN, com base em documentação publicada por Alexandre Alves, em 1645 Manuel Fernandes, construtor da ponte, passou uma procuração a António d'Alvares, de Pindo de Baixo, e a outro, para que recebessem o dinheiro referente à Ponte do Castelo de Penalva.
Mas já João da Inês Vaz na sua tese de doutoramento, defendida em 1993 e publicada em 1997, refere que apesar de Fernando Leite, Moreira de Figueiredo e Jorge de Alarcão referirem esta ponte como romana, “nada há, no entanto, que possa confirmar aquela origem e por isso não lhe fazermos qualquer outra referência”.
O mesmo investigador defendeu a não romanidade da ponte numa conferência que fez em Castelo de Penalva, em 1994 no âmbito do Dia Cultural da Freguesia promovido pela Associação Cultural de Castro de Pena Alba, que mais tarde veria a publicar conjuntamente com as restantes conferências deste dia em 1997. Nesta conferência, segundo o texto publicado, João Vaz, além do que refere na sua tese, diz que aqueles autores (Leite, Moreira e Alarcão) se basearam no facto de a ponte ser constituída por um único arco redondo. A isto poderia contrapor-se que até ao século XVIII muitas foram as pontes deste género que se construíram em Portugal (...). Refere o mesmo ao autor mais à frente que por um lado não pode afirmar a romanidade da ponte, mas por outro também a não nega.
O facto de ela ter sido construída no séc. XVII não quer dizer que ela não tenha sido construída sobre os alicerces de uma ponte romana. Até porque segundo João Vaz por aqui deveria passar uma via secundária.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

100 anos de Escutismo e XXI ACANAC

Começa hoje o XXI ACANAC - Acampamento Nacional do Corpo Nacional de Escutas, no Campo Nacional de Actividades do CNA, no Monte do Trigo, em Idanha a Nova.

Mais informações em:
Sítio Oficial: http://acanac2007.cne-escutismo.pt/
Blog Oficial: http://escutas.blogs.sapo.pt/

Aqui ficam dois vídeos sobre o Monte do Trigo e o ACANAC:



sábado, 21 de julho de 2007

Freguesia de Real (e o concelho de Penalva do Castelo) em 1527

Em 1527 realiza-se o primeiro censo da população de Portugal, denominado “Cadastro da População do Reino”.

Segundo este Cadastro o concelho de Penalva, ainda, tinha duas sedes: a do Castelo onde estava a Igreja e um Paço do Concelho onde se faziam as audiências e a de Castendo onde estava outro Paço do Concelho e se faziam as audiências de permeio.


(Clique no gráfico para ver em tamanho real)

Como podemos observar neste gráfico, a freguesia de Real era a 7ª mais populosa.
No lugar da Ribeira viviam 7 moradores e em Real 33, o que perfazia um total de 40 moradores.
Das actuais sedes de freguesia a aldeia de Real era a 3ª mais populosa a par das Antas, só ultrapassada por Esmolfe e Sezures.
Real tinha mais moradores que Castendo, que apenas tinha 29, e a Ribeira mais moradores que Castelo de Penalva, que apenas tinha 5.

Eram estes os lugares e respectivos moradores do concelho de Penalva:

(Clique na tabela para ver em tamanho real)


No concelho havia um total de 764 moradores.

O termo moradores corresponde aos chefes de familia e não a habitantes.

O Cadastro da População do Reino foi publicado por João Tello Magalhães Collaço no n.º 2 da Revista da Faculdade de Direito de Lisboa, de 1934, a páginas 28 a 243.

sábado, 14 de julho de 2007

Touradas no concelho de Mangualde




Descansem os defensores do fim das touradas que não irá haver Tourada no concelho de Mangualde. Pelo menos, que eu saiba.


Mas já houve em tempos... Não me refiro aquelas realizadas nesta década na cidade de Mangualde e em Chãs de Tavares.


Refiro-me a outras que se realizavam numa freguesia do concelho de Mangualde, em 1763.


Encontrei esta referência esta semana em Lisboa, depois de um alerta de um amigo. Infelizmente não encontrei o documento original, mas a fonte é fidedigna.


Por enquanto é tudo, em breve darei mais detalhes...

sábado, 30 de junho de 2007

A saga do pedestrianismo continua...


Esta semana passei pela Sr.ª da Ribeira, ali perto do Jadão na freguesia de Pindo, onde o Coja entra no Dão.

Ao passar, vindo dos Moinhos de Pepim reparei num socalcos e numas placas localizadas à nossa esquerda. Parei o carro o fui espreitar.

São placas indicativas do Caminho Pedestre que a Paróquia local decidiu implantar naquele local, cheio de história e de bela natural.

Mais um percurso pedestre por terras de Penalva.

Foto: poldras sobre o rio Dão, na Sr.ª da Ribeira.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Pedestrianismo em Mangualde e Penalva do Castelo





Há alguns anos desde que dois carolas da Associação do Rancho "Os Azuraras" de Quintela de Azurara calcorrearam a freguesia na tentativa de idealizarem um percurso pedestre para a freguesia.

É com contentamento que vejo que passados alguns anos a freguesia vai ter um percurso pedestre. Esperemos que seja muito em breve, pois trabalhadores da autarquia já andaram a marcar a rota (ver as fotografias).

Esperemos que o percurso de Alcafache, onde já se fizeram diversos reconhecimentos, avance em breve, e o de Guimarães de Tavares seja remarcado e reabilitado.

Também a freguesia de Mareco, em Penalva do Castelo, tem agora um percurso pedestre. O Caminho dos Galegos já tem a sua rota marcada. Já aqui falei deste Caminho (a 11 e 14 de Maio), que há muito já estava sinalizado, mas não tinha a rota marcada.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

24 Junho: Cicloturismo e Passeio Pedestre em Penalva do Castelo

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Penalva do Castelo ou Penalva de Alva?


aqui expus alguns comentários sobre o sítio na Internet da Câmara Municipal de Penalva do Castelo.

Recentemente este sítio viu a sua estrutura alterada, com acrescentos e supressões de conteúdos. Por exemplo já não existe a secção das actas da Câmara. Para quê, precisa lá a população de saber o que a Câmara vai deliberando.

Mas o que me leva a escrever hoje aqui é o recente texto colocado sobre a vila de Penalva do Castelo.

Um texto muito genérico que nada diz sobre a vila. Mas mais grave ainda é um erro grave que aí é veiculado, logo na 1ª frase:

O Nome [da vila, entenda-se] teve origem na existência de antiquíssima fortaleza (na margem direita do Alva) de que não restam vestígios”.

Alguém conhece um rio com este nome no nosso concelho?

Alva, só conheço o afluente da margem esquerda do Mondego, que tem na sua margem direita Penalva de Alva.

Estes casos provocam uma multiplicação desta informação errada, pois quando queremos obter informações sobre esta ou aquela terra recorremos aos sítios na Internet das respectivas Câmara Municipais ou outras entidades.

Uma coisa é um dado histórico ou económico que só se pode confirmar através da consulta da documentação original que não está sempre acessível. Outra coisa é um dado geográfico desta natureza.

domingo, 17 de junho de 2007

Fundacão S. João de Deus

Foi lançada no passado dia 12 a Fundação S. João de Deus. Iniciativa de uma institituição que muito prezo e de cujos cuidados alguns mangualdenses e penalvenses já beneficiaram.


A culpa é do batráquio!

Não foi só o Breviário que foi afectado pela falta de ligação por causa do batráquio!

Também aqui na Ribeira ela se fez sentir!

Mas aqui estamos de novo.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Sepulturas escavadas na rocha: preservação ou abandono?

É hoje lançado em Lisboa mais um número da prestigiada revista Al-madan dedicada ao Património Cultural, com particular relevo para o património arqueológico e para a Arqueologia como ciência. É editada pelo Centro de Arqueologia de Almada, uma dinâmica associação que mantém esta publicação há bastantes anos.

Na Adenda electrónica, uma solução expedita para fazer face ao custo da edição em papel, encontramos um texto, com o título em epígrafe, do nosso amigo arqueólogo e blogger mangualdense António Tavares sobre Sepulturas escavadas na rocha. Tema que lhe é caro e sobre o qual tem publicado dois estudos, o último publicado pela ACAB em 1999.
No seu blog também não tem descurado o tema tendo escrito sobre as sepulturas escavadas na rocha da Carvalha Gorda, do Curtinhal, do Cumareiro, da Cova da Moira.
O artigo agora publicado na Al-madan dá conta de um projecto apresentado à Junta de Freguesia de Alacafache em 2006 cujo objectivo era a limpeza e valorização das sepulturas espaço envolvente, bem como a sua divulgação turística através da correcta sinalética.
Na senda da alusão que António Tavares faz ao trabalho desenvolvido pelas Associações em prol da defesa do património arqueológico refiro que aqui há uns anos um grupo de "carolas" da Associação do Rancho Folclórico "Os Azuraras", de Quintela de Azurara, levou a cabo a limpeza e a demarcação de todas as sepulturas escavadas na rocha conhecidas na freguesia, tendo no anos seguintes jovens da mesma associação procedido à limpeza de algumas delas.
De notar que António Tavares conhecedor das freguesias de Cunha Baixa e de Espinho, tem já no prelo um estudo sobre as sepulturas escavadas na rocha destas duas freguesias, esperemos que a breve trecho este novo contributo veja a luz do dia.
A função de um Arqueólogo também é divulgar e contribuir para a preservação do Património Cultural, António Tavares é disso um bom exemplo.
Poderá ler o artigo de António Tavares aqui.

sábado, 2 de junho de 2007

Processos de eventual Classificação de monumentos de Mangualde



Na reunião de 16 de Maio de 2007 a Câmara Municipal de Mangualde deliberou encerrar o processo de eventual classificação como Imóvel de Interesse Público do Conjunto denominado Eiras e Palheiros de Cubos, com base numa informação dos serviços técnicos da Divisão de Informação Geográfica e Planeamento Urbano.
O curioso desta deliberação é ela "decretar" o encerramento de algo que nunca foi aberto, pois o processo de eventual classificação chegou a ser aberto pela Câmara Municipal de Mangualde.
Mais curioso se torna esta informação e consequente deliberação, quando existem na Câmara Municipal processos de eventual classificação à espera de uma decisão final há mais de um ano, como seja o caso da Fonte de chafurdo da Qt.ª dos Linhares, em Quintela de Azurara; ou o requerimento para a abertura do processo de eventual classificação como conjunto de Interesse Público das "Casas de Canelas", apresentado pela Associação do Rancho Folclórico "Os Azuraras".
Não deveria antes a Câmara Municipal se pronunciar sobre estes processos pendentes em vez de deliberar encerrar o que nunca foi aberto!!!
De referir que quando o Presidente da Câmara Municipal de Mangualde decidiu, em 21-04-2006, homologar uma informação nossa que sugeria a não abertura do processo por o conjunto em causa não representar um valor cultural de significado predominante para o Município atendendo aos critérios referidos no art.º 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, de facto o conjunto já estava totalmente alterado, podendo a sua classificação abrir um precedente que em nada contribuiria para a salvaguarda dos interesses do Município e do seu património cultural. De notar que o próprio proponente da eventual classificação não apresentou qualquer reclamação, como também não tinha apresentado quando o processo foi encerrado no âmbito do IPPAR.

Tal facto não quer dizer que não se deva salvaguardar o que ainda resta do conjunto, mas através de outras medidas, como propusemos na análise do conjunto que fizemos e acompanhava a nossa informação referida no parágrafo anterior.
Por fim convém esclarecer que a Câmara Municipal de Mangualde tem conhecimento deste processo pelo menos, desde Dezembro de 1995, sendo então a edilidade presidida por um eleito do PS, e que depois do encerramento do processo pelo IPPAR este só foi remetido à Câmara Municipal de Mangualde em Junho de 2003.

Filmoteca Municipal de Penalva do Castelo II

Voltou, se é que alguma vez esteve, a estar disponível ontém ou hoje este importantíssino e utilíssimo recurso do sítio na Internet da nossa edilidade penalvense: com dois itens que correspondem ao mesmo vídeo!

Mas as actas das reuniões, os concursos e os editais continuam em actualização, desde o início do ano!!!!

Deve ser feitiço!

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Filmoteca Municipal em Penalva do Castelo



Já alguém viu a Filmoteca Municipal de Penalva do Castelo?

Estou curioso para saber do que se trata, mas ainda não conseguir saber do que se trata.

Segundo a definição que consta da Infopédia, deverá tratar-se de:
1. uma colecção de filmes e microfilmes;
2. de um arquivo de filmes cinematográficos ou
3. de um estabelecimento onde se vendem filmes.

Mas onde é que este tipo foi buscar esta grande novidade e melhoramento para o nosso concelho?

Pois é, foi aqui, em baixo onde diz utilidades, mas para variar a ligação não funciona!

Ainda dizem que a Câmara Municipal não tem ideias e não inova!!! Que más línguas!!!!

sábado, 26 de maio de 2007

N.ª Sr.ª dos Verdes em Abrunhosa-a-Velha



Amanhã festeja-se na sua ermida situada no vale do ribeiro das Carrapatas, entre Abrunhosa-a-Velha e Póvoa de Cervães.
Deixo aqui um texto da minha autoria e publicado no Noticias da Beira, de 5 de Maio deste ano.

[...]
Comecemos pela Ermida de N.ª Sr.ª dos Verdes, Abrunhosa-A-Velha

Diz-nos Frei Agostinho de Santa Maria que tem a Senhora a invocação dos Verdes, por, segundo a tradição, ser invocada contra a lagarta e outras pragas dos campos.
Terá aparecido esta imagem entre os montes, não se sabendo a quem nem quando. Tinha 3 palmos de estatura e era de madeira estufada, tendo sobre o braço esquerdo o Menino Jesus.
As romarias eram muitas ao longo do ano, mas realizavam-se principalmente nas Oitavas da Páscoa e Pentecostes. No dia de Pentecostes, diz-nos o autor, vinham muitas procissões de mais de 14 ou 15 lugares com as suas câmaras, rogando à Senhora que os livrasse da lagarta e outras pragas. Estas romarias ganharam maior fervor devido a um descuido dos moradores de Gouveia, que no ano em que não vieram em romaria foram atacados por uma enorme praga de lagartas que tudo invadia. Caídos em si, os moradores de Gouveia vieram em romaria se penitenciar pelo erro, e logo se viram livres de tal praga. A sua Festa era feita no dia 15 de Agosto, com a concorrência de muita gente, estava anexa à Igreja Paroquial de Abrunhosa-a-Velha.

Quem quiser ler o texto completo sobre esta imagem e ermida publicado por Fr. Agostinho de Santa Maria, visite este sítio.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Reflexões sobre um Museu Municipal de Mangualde

No final de 2005 apresentei no âmbito do Mestrado em Estudos do Património um trabalho intitulado "Reflexões sobre um Museu Municipal de Mangualde".
Deixo-vos aqui a introdução do referido trabalho e o convite à sua leitura aqui, e posterior comentário.

Desde o final do século XIX, pelo menos, que se fala da criação de um Museu Municipal de Mangualde. Nos últimos tempos tem sido uma proposta constante das diversas listas concorrentes às eleições autárquicas.
O concelho de Mangualde continua a carecer de um museu que represente a cultura local no seu largo espectro de forma a preservar identidades e memórias, e garantir a diversidade cultural. Um museu não deve ser visto como o simples guardião do passado, mas também como um motor do desenvolvimento sustentável das comunidades locais e do turismo cultural e de lazer.
Encontra-se neste momento numa fase embrionária um projecto de desenvolvimento local alicerçado no turismo de lazer e nas artes e ofícios tradicionais. Será útil existir uma articulação entre este projecto e o projecto de criação de um museu municipal, ou a inclusão deste projecto naquele, apesar de a nível institucional as duas áreas serem tuteladas por diferentes pelouros de que são responsáveis diferentes vereadores.
O Museu deverá também assumir hoje em dia uma função de mediação cultural e de prestação de serviços, devendo contemplar diversas valências vocacionadas para o desenvolvimento social, cultural e económico, devendo assim fazer parte de diversas equipas e comissões de trabalho existentes no concelho, como por exemplo o Conselho Local de Acção Social de Mangualde.
O objectivo deste trabalho não é traçar um programa museológico, mas sim expor ideias sobre o que entendemos que deve ser o futuro museu municipal de Mangualde.
Temos como alicerce deste trabalho, não só, o nosso conhecimento da realidade patrimonial do concelho de Mangualde como também a Lei Quadro dos Museus, publicada em Agosto de 2004.
Numa primeira parte queremos dar a conhecer o projecto delineado por Leite de Vasconcellos para um museu municipal e que foi publicado no jornal local A Reacção.
De seguida traçaremos uma breve panorâmica sobre o património cultural do nosso concelho e o seu potencial museológico.
Num terceiro capítulo abordaremos o museu em si mesmo, a forma como se deverá desenvolver o projecto, as etapas a percorrer e as atribuições que deve ter.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Rotundas Vs Placas: Como acolhemos os nossos turistas

Hoje festeja-se na Capela que se ergue sobre o antigo Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, a Virgem Maria sobre a invocação da Cabeça.
Quem este ano se deslocar a este local reparará que o antigo entroncamento de Vila Garcia, agora é uma rotunda. Nada de extraordinário, para quem já conhece o local, contorna a rotunda e entra na estrada para Vila Garcia em direcção à referida Capela.



Mas a razão deste "post" não é a Capela, muito menos a festividade que hoje se celebra, mas sim o Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, um dos três Monumentos Nacionais do concelho, ou melhor a sinalização da sua localização.



Quem se dirigia de Mangualde para o Mosteiro apenas encontrava uma sinalização no antigo entroncamento de Vila Garcia e partir daí até lá em baixo ao vale.
Hoje quem fizer esse percurso, já não verá a placa. Pois com a construção da rotunda ela foi colocada com a face virada para o sentido "Fagilde-Mangualde", ou seja só quem vem dos lados da A25 observará a indicação da localização deste monumento nacional.
De notar que o Posto de Turismo, as unidades hoteleiras, os restaurantes do concelho, que poderão sugerir uma visita ao local, situam-se no sentido oposto. Logo, no meu entender, seria mais lógico a colocação da placa com a face voltada para o lado de Mangualde. Ou melhor ainda a colocação de duas placas, uma em cada sentido. O melhor ainda uma eficaz sinalização a partir da sede de concelho, do nó da A25 e da sede de freguesia!


Não se pense que este é caso único, pois o Campo Arqueológico da Raposeira, classificado como sítio de Interesse Público, já teve uma placa no entroncamento do caminho que lhe dá acesso com a Av. Sr.ª do Castelo. Mas a certa altura decidiram colocar ali uma rotunda e lá desapareceu a placa.


Será que as rotundas e as placas são incompatíveis?


Se queremos desenvolver o Turismo do concelho de Mangualde, pensemos primeiro em dar condições de visita aos nossos Turistas. É muito bonito t-shirts e sacos com a imagem do nosso concelho, mas seria mais bonito que os nossos turistas para além de t-shirts e sacos levassem do concelho uma boa impressão e a vontade de cá voltar e de divulgar junto de outros!


Podemos ter óptimas unidades hoteleiras e empenhadas em servir cada vez melhor os turistas e de os atrair, mas se não lhes dermos condições de visita ao concelho, vêm cá dormir e comer e irão visitar os concelhos vizinhos com melhor atractividade e condições de visita.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Caminhos dos Galegos II

Deixo-vos um texto publicado no Boletim Municipal de Penalva do Castelo, quando ele era um boletim com algum conteúdo e periodicidade regular, e não apenas um boletim para sair em final de mandato com todas as obras feitas e por fazer.

Este artigo foi escrito pelo Dr. Paulo Celso Fernandes Monteiro, licenciado em História e mestre em Cultura e Formação Autárquica, que na altura prestava serviço na Câmara Municipal de Penalva do Castelo. Foi publicado n.º 3 do referido boletim correspondente ao 1º trimestre de 2000, a páginas 30 e 31.


PATRIMÓNIO
MARECO E O CAMINHO DOS GALEGOS

A freguesia de Mareco situa-se numa delicada encosta na periferia do concelho de Penalva, fazendo fronteira com o concelho de Tavares, extinto pela reforma administrativa do liberalismo.
Os documentos agora apresentados indicam-nos que a freguesia de Mareco foi propriedade da Ordem de Santiago, sendo os seus moradores reguengueiros encabeçados.1 No entanto nesta altura os privilégios concedidos, outrora aos seus habitantes, já não eram cumpridos. Se a isto adicionarmos os antigos caminhos rurais, em lajedo granítico, desgastado pelos inúmeros viajantes que por aqui passavam e a toponímia do trilho, é bem possível que esta povoação se encontre em plena rota dos peregrinos portugueses em busca de Santiago de Compostela.
Em 1527, Mareco possuía 32 moradores2, mas o Padre António Carvalho, afirmava, no inicio do séc. XVIII, que a referida freguesia tinha 70 vizinhos e possuía 180 pessoas maiores e 22 menores, perfazendo um total de 202 habitantes (Costa, 1706, 220). A memória paroquial elaborada pelo sacerdote António Pereira atribuía à freguesia 70 vizinhos e 180 pessoas.3 Se atendermos aos resultados demográficos das outras terras do concelho, vemos que já na época Mareco era a freguesia com menor número de habitantes. Em Mareco ainda existe uma casa que na ombreira da porta possuí gravada uma estilizada cruz de Santiago indicando que este imóvel era pertença da Ordem.
O caminho dos Galegos é constituído por um excelente lajeado de acentuada antiguidade, provocada pelo desgaste das múltiplas passagens dos veículos, marcando na pedra granítica os seus rodados. Em alguns locais os fossos dos rodados chegam a ter cerca de 20 cm, mostrando o intenso tráfego que outrora teve. A denominação é bastante curiosa e se o topónimo poderá advir do local chamado Moinhos dos Galegos (junto da ribeira de Ludares, na confluência dos concelho de Penalva do Castelo e com os de Mareco), também é possível que seja derivado dos peregrinos que iam para a Galiza, ode se localizava o Santuário de Compostela.4
Logo no seu inicio podemos ver uma pequena alminha esculpida em granito da região, representativa de uma piedosa fé popular, típica dos peregrinos e dos romeiros. Outro monumento tipologicamente semelhante surge-nos ainda dentro do concelho de Penalva do Castelo, junto ao pontão que separa as Terras de Penalva das de Tavares.
Por causa da concentração/escoamento das águas pluviais em certos locais utilizaram-se dois procedimentos aquando da sua construção. Em alguns sítios o caminho foi alteado em relação aos terrenos adjacentes, enquanto n’outros se procedeu à drenagem das águas através da criação de pequenas condutas.
Parte deste itinerário irá ser recuperado através do Programa Centro Rural do Alto Dão, gerido ela A.D.D. – Associação de Desenvolvimento do Dão. Esta intervenção inovadora está a ser efectuada pela primeira vez no nosso país e incidirá prioritariamente na consolidação e recuperação do lajeado, dos muros de suporte, na sinalização e divulgação do percurso.
As suas características fazem dela um exemplo na recuperação e consolidação das antigas redes viárias de Portugal, muito especialmente nos trilhos de Peregrinação.
A C. M. de Penalva do Castelo em colaboração com a Região de Turismo Dão-Lafões pretendem implantar no Caminho dos Galegos um circuito de turismo pedestre.
No caso do município Penalvense pretende-se com a criação deste tipo de circuitos contribuir significativamente para o incremento turístico e fomento da prática desportiva, proporcionando ao turista uma maior aproximação ao meio rural, de uma forma consciente e pedagógica.
_________________________
1­ – T.T. – Dicionário Geográfico, vol. 22, m. 52, f. 341, rolo 350.
2 – T.T. – Cadastro da População do Reino, Núcleo Antigo, n.º 825, doc. 1527, f. 103
3 – T.T. – Dicionário Geográfico, vol. 22, m. 52,f. 341, rolo 35o
4 – Será bom lembrarmos que os naturais da Galiza são denominados de Galegos.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Caminho dos Galegos: 27 de Maio



Em Penalva do Castelo existe um caminho pedestre denominado "Caminho dos Galegos", na freguesia de Mareco, tendo continuação depois para a freguesia de Travanca de Tavares, já no concelho de Mangualde.
Este caminho foi intervencionado no âmbito do "Centro Rural do Alto Dão", por iniciativa da Junta de Freguesia local, tendo o FEOGA comparticipado em 75%.
Foi publicada na altura um pequeno folheto explicando o percurso, não sei se ainda está disponível.


Mas esta conversa vem no sentido de divulgar a seguinte iniciativa:
A Escola Básica 2,3 e Secundária de Penalva do Castelo está a promover, com o apoio da Câmara Municipal de Penalva do Castelo e da Junta de Freguesia de Mareco, a realização do III PERCURSO PEDESTREHISTÓRICO-CULTURAL “CAMINHO DOS GALEGOS”, no próximo dia 27 de Maio.
Trata-se de uma actividade de pedestrianismo, numa extensão de cerca de 8 km, aberta à participação de todos os interessados, nomeadamente dos que apreciam o prazer proporcionado por uma caminhada e pela observação de belezas naturais, num percurso devidamente arranjado e sinalizado, em terras de Penalva e de Tavares.
Para além da componente turístico-desportiva de ar livre, irão ser representados alguns quadros históricos que irão fazer recuar os participantes ao tempo das peregrinações a Santiago de Santiago. Haverá ainda almoço e animação alusiva.
A concentração dos participantes ocorrerá pelas 9h00, no Largo da Junta de Freguesia de Mareco, em cuja área territorial decorrerá a actividade.
O “Caminho dos Galegos” está sinalizado a partir do centro da Vila de Penalva do Castelo.
Os interessados deverão inscrever-se para o nº 232 640 080 (telefone da Escola) até 18 de Maio. Os maiores de 15 anos pagarão €4,00, estando incluídos uma lembrança e o almoço.

De regresso



Após alguns dias de ausência, cá estamos de regresso.
Como primeiro "post" deixo-vos esta fotografia de um sinal de trânsito curioso!
Quantos lugares terá direito est instituição?

terça-feira, 1 de maio de 2007


ABERTOS PARA OBRAS!






PROMETEMOS SER BREVES!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril de 1974:



Hoje comemora-se o 33º aniversário do 25 de Abril de 1974.

Graças a ele pude fazer tudo aquilo que fiz ao longo dos meus 26 anos.


Sobre este momento importante da História do nosso País recomendo visita ao Centro de Documentação do 25 de Abril e à Associação 25 de Abril.