segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vila Mendo de Tavares, paróquia no séc. XVIII?

(Fotografia retidada do Blog "Terras de Tavares")


Na década de 40 do século XVIII, a população de Vila Mendo de Tavares requereu à ao Rei licença para se desanexarem da paróquia de Abrunhosa-a-Velha e constituírem, assim, uma paróquia autónoma.

Alegavam estes moradores que a sua aldeia distava mais de meia légua da sede e que no percurso existiam ribeiras caudalosas, que, no Inverno, dificultavam a sua travessia. Diziam, mesmo, que já diversas pessoas tinham morrido sem sacramentos, por o pároco não ter chegado a tempo de os ministrar.
Na aldeia já existia uma capela, dedicada a S. Domingos, construída pelos moradores e cuja fábrica lhes pertencia, e cujo estado de conservação, diziam, estava tão bom ou melhor que o da Igreja Paroquial. Para além de se obrigarem à fábrica (conservação e manutenção) da Igreja, também se obrigavam às despesas da Confraria do Santíssimo Sacramento.
Nesta data a paróquia de Abrunhosa-a-Velha estava anexa à paróquia de Chãs de Tavares, do padroado real, cujo abade concordava com a desanexação.

O Rei D. João V por alvará de 20 de Maio de 1749, “faz mercê de lhes conceder a licença que pedem para se desanexar da freguesia de Abrunhosa fazendo-se essa na Igreja de S. Domingos do mesmo lugar de Vila Mendo que ficará filial do seu Padroado e o cura nomeado pelo Abade dela e com as mais declarações apresentadas na sua resposta com declaração que vindo o pároco da dita Igreja de S. Domingos em qualquer tempo a ser colado será apresentado por Sua Majestade (...)”.
Por fim determina o monarca, que os suplicantes deverão recorrer ao Bispo de Viseu para lhes conceder a licença de desanexação como lhe compete.

Não sabemos, se alguma vez os intentos dos moradores de Vila Mendo de Tavares foram concretizados. Talvez não! O cura de Abrunhosa-a-Velha na sua memória de 1758, quase dez anos depois, refere que Vila Mendo de Tavares pertence à sua paróquia.




Nota: o referido alvará encontra-se no Registo Geral de Mercês, D. João V, Livro 40, f. 74, depositado na Torre do Tombo, em Lisboa.

3 Comments:

Al Cardoso said...

Por ai se ve que o rei mandava pouco, quando se metia nas coisas da igreja catolica!

Um abraco de amizade e boas festas.

Unknown said...

Cumprimentos.

Desejo um Natal feliz em familia e um mui prospero ano de 2008

Anónimo said...

Grande novidade me apresentas aí. Mesmo sendo de Vila Mendo desconhecia essa notícia.
Grande descobridor do outrora!!! Muitos parabéns e já agora, votos de um Feliz e Santo Natal.