Já anteriormente me referi aqui à votação das 7 maravilhas do concelho de Mangualde. Hoje vou falar da congénere eleição promovida pela Câmara Municipal de Penalva do Castelo para o respectivo concelho.
Não sei há quanto tempo está em linha a eleição, pois só hoje olhei para o painel de votações do sítio na Internet desta edilidade.
Se considerei a lista colocada a votos no concelho de Mangualde redutora, a de Penalva ainda mais redutora é, pois apenas permite escolher de uma lista de 11 candidatos.
Neste caso não iremos tecer considerações sobre a forma da votação, pois não se trata de uma iniciativa com amplitude que a que foi projectada para Mangualde, mas sim de mais uma simples votação no sítio da Câmara Municipal. Se repararem periodicamente existe neste sítio uma votação diferente.
Apenas teceremos dois comentários sobre dois dos candidatos:
1 – Sepulturas escavadas na rocha
Que sepulturas serão? Todas as sepulturas que existem no concelho?
2 – Ponte Romana
Onde existe uma ponte romana no concelho? Será que se referem à Ponte do Castelo?
Se é, gostaria de esclarecer que esta ponte não é romana, foi feita no séc. XVII.
Como refiro no levantamento que diz para a ex-DGEMN, com base em documentação publicada por Alexandre Alves, em 1645 Manuel Fernandes, construtor da ponte, passou uma procuração a António d'Alvares, de Pindo de Baixo, e a outro, para que recebessem o dinheiro referente à Ponte do Castelo de Penalva.
Mas já João da Inês Vaz na sua tese de doutoramento, defendida em 1993 e publicada em 1997, refere que apesar de Fernando Leite, Moreira de Figueiredo e Jorge de Alarcão referirem esta ponte como romana, “nada há, no entanto, que possa confirmar aquela origem e por isso não lhe fazermos qualquer outra referência”.
O mesmo investigador defendeu a não romanidade da ponte numa conferência que fez em Castelo de Penalva, em 1994 no âmbito do Dia Cultural da Freguesia promovido pela Associação Cultural de Castro de Pena Alba, que mais tarde veria a publicar conjuntamente com as restantes conferências deste dia em 1997. Nesta conferência, segundo o texto publicado, João Vaz, além do que refere na sua tese, diz que aqueles autores (Leite, Moreira e Alarcão) se basearam no facto de a ponte ser constituída por um único arco redondo. A isto poderia contrapor-se que até ao século XVIII muitas foram as pontes deste género que se construíram em Portugal (...). Refere o mesmo ao autor mais à frente que por um lado não pode afirmar a romanidade da ponte, mas por outro também a não nega.
O facto de ela ter sido construída no séc. XVII não quer dizer que ela não tenha sido construída sobre os alicerces de uma ponte romana. Até porque segundo João Vaz por aqui deveria passar uma via secundária.
Não sei há quanto tempo está em linha a eleição, pois só hoje olhei para o painel de votações do sítio na Internet desta edilidade.
Se considerei a lista colocada a votos no concelho de Mangualde redutora, a de Penalva ainda mais redutora é, pois apenas permite escolher de uma lista de 11 candidatos.
Neste caso não iremos tecer considerações sobre a forma da votação, pois não se trata de uma iniciativa com amplitude que a que foi projectada para Mangualde, mas sim de mais uma simples votação no sítio da Câmara Municipal. Se repararem periodicamente existe neste sítio uma votação diferente.
Apenas teceremos dois comentários sobre dois dos candidatos:
1 – Sepulturas escavadas na rocha
Que sepulturas serão? Todas as sepulturas que existem no concelho?
2 – Ponte Romana
Onde existe uma ponte romana no concelho? Será que se referem à Ponte do Castelo?
Se é, gostaria de esclarecer que esta ponte não é romana, foi feita no séc. XVII.
Como refiro no levantamento que diz para a ex-DGEMN, com base em documentação publicada por Alexandre Alves, em 1645 Manuel Fernandes, construtor da ponte, passou uma procuração a António d'Alvares, de Pindo de Baixo, e a outro, para que recebessem o dinheiro referente à Ponte do Castelo de Penalva.
Mas já João da Inês Vaz na sua tese de doutoramento, defendida em 1993 e publicada em 1997, refere que apesar de Fernando Leite, Moreira de Figueiredo e Jorge de Alarcão referirem esta ponte como romana, “nada há, no entanto, que possa confirmar aquela origem e por isso não lhe fazermos qualquer outra referência”.
O mesmo investigador defendeu a não romanidade da ponte numa conferência que fez em Castelo de Penalva, em 1994 no âmbito do Dia Cultural da Freguesia promovido pela Associação Cultural de Castro de Pena Alba, que mais tarde veria a publicar conjuntamente com as restantes conferências deste dia em 1997. Nesta conferência, segundo o texto publicado, João Vaz, além do que refere na sua tese, diz que aqueles autores (Leite, Moreira e Alarcão) se basearam no facto de a ponte ser constituída por um único arco redondo. A isto poderia contrapor-se que até ao século XVIII muitas foram as pontes deste género que se construíram em Portugal (...). Refere o mesmo ao autor mais à frente que por um lado não pode afirmar a romanidade da ponte, mas por outro também a não nega.
O facto de ela ter sido construída no séc. XVII não quer dizer que ela não tenha sido construída sobre os alicerces de uma ponte romana. Até porque segundo João Vaz por aqui deveria passar uma via secundária.
2 Comments:
Mas que parolice de concurso!
Só mesmo uns idiotas sem imaginação, conseguiam descobrir aquelas 11 maravilhas.
Somos pobres de espírito, pobres de património ou pobres de dirigentes autárquicos?
Até admira que não colocassem a Ponte de Trancoselos, que, para alguns, também é "romana".
Tambem existe argumentacao semelhante acerca das duas pontes da Matanca no concelho de Fornos.
Embora possam ter existido ai pontes de fundacao romana, estas construcoes nao tem nenhuns indicios que para ai nos possam levar, eu prefiro referir-me a elas como; "pontes medievais com provavel fundacao romana".
Um abraco d'Algodres.
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