quinta-feira, 27 de março de 2008

Páscoa Hospitaleira



O movimento "Juventude Hospitaleira" proporcionou, como já vem sendo hábito no últimos anos, uma actividade para o jovens centrada na Páscoa.

Decorreu na Casa de Saúde Bento Menni, Guarda, e juntou 16 jovens que viveram de uma maneira diferente parte da Semana Santa (de 5ª feira à Vigília de Sábado de Aleluia).


Aqui partilho convosco um testemunho de uma jovem:


JESUS MORREU POR MIM

Ao longo desta caminhada conjunta com Jesus, sou constantemente desafiada por Ele a viver o seu Amor.
A Páscoa para mim, sempre foi um período triste, o qual queria viver o mais depressa possível. Este ano foi diferente!! Percebi ao realizar a Páscoa Hospitaleira que esta não é para ser vivida com tristeza mas sim com alegria, a própria palavra Páscoa significa isso mesmo, passagem.
Vivi intensamente o Tríduo Pascal, onde Jesus partilhou comigo através dos que estavam ao meu lado um pouco mais de Si. Como cristã foi para mim importante compreender o significado de cada gesto realizado nas cerimonias da Semana Santa. Outra vertente desta actividade, foi estar com os doentes, dando-lhe o que cada um de nós tem de melhor o Amor, tal como Jesus o deu.

Na vigília Pascal já mais esquecerei a alegria das irmãs a dizerem “Jesus Ressuscitou Aleluia, Aleluia” nesse momento tal como os discípulos que a caminho de Emaús só no partir do pão se lhe abriram os olhos, também isso aconteceu comigo nestes dias ao descobrir a verdadeira Pascoa, a maior festa para os cristãos. Termino com uma das frases que me ajudou a retirar a venda dos olhos “Jesus morreu por mim”.


Partilho, também, algumas frases de outros participantes nesta actividade:


Esta experiência ajudou-me a perceber aquilo que tem verdadeiramente valor na minha vida. Nesta casa encontrei um pedacinho de céu que foi partilhado comigo… O compromisso é este: levar este pedacinho do céu para fora das portas da Casa e contribuir para que se vejam mais sorrisos onde antes havia lágrimas.

Com esta Páscoa Hospitaleira percebi o verdadeiro sentido da Páscoa, não é apenas amêndoas, ou ovinhos de chocolate. Foi simplesmente a melhor Páscoa que vivi até hoje, vai ficar para sempre na memória do coração e vou tentar transmiti-la aos outros.
É de uma simplicidade enorme ver um doente sorrir com um simples gesto nosso. É caso para dizer, ‘simplicidade’ rima com ‘sorriso’.


…aprendi o verdadeiro significado da Páscoa. Estar aqui foi mais uma vez maravilhoso. Sem dúvida é uma das coisas que quererei sempre repetir.

Aprendi muitas coisas, temos de ser mais, dar mais, partilhar mais e amar mais. Cada dia que passa, a minha vontade de seguir o caminho de Jesus, é maior. Gostaria de ser, ou tentar ser, uma pessoa melhor todos os dias.

Para mim é uma alegria imensa poder estar com estes seres humanos maravilhosos, que nos ensinam a viver e a olhar de uma forma diferente para o mundo.

…experiência extremamente enriquecedora. Dei tudo o que tinha para dar, mas mesmo assim recebi mais do que dei. Em relação à experiência Pascal, confesso que nunca tinha vivido desta forma intensa.

Esta foi uma experiência muito rica para mim. (…) ajudou-me imenso a olhar para o mundo e para a vida com outros olhos. Foi uma Páscoa vivida com muita intensidade e que tocou muito meu coração, fez-me também amar muito mais Jesus e abraçá-lo na vida com muita força… Ajudou-me a olhar para o outro e ver o rosto de Jesus.


A vivência da partilha…e a entrega aos doentes, abre horizontes para que consigamos viver a nossa vida diária, nas nossa relações com os outros, no amor exemplar e Jesus, que se entregou e morreu por nós. Espero também eu conseguir dar-me…Páscoa hospitaleira são momentos repletos de carinho, amor e partilha, compensados pelos sorrisos mais encantadores que possam existir.


Muitos vivem apenas o Domingo de Páscoa, esquecendo todos os momentos importantes que se vivem antes (a instituição da Eucaristia, a Paixão, a Vigília de Aleluia).

Estes jovens deixaram as suas terras e decidiram viver todos estes momentos com intensidade e ao serviço dos outros.

quinta-feira, 6 de março de 2008

A Consciência

Foto retirada de Ars Lusa

Hoje partilho um texto do Paulo, do blogue È a loukura


As máscaras que pomos e as condicionantes sociais impostas levam-nos a viver uma vida em desacordo com o nosso “eu” mais profundo. Antes de mais devemos ser fiéis a nós próprios...Tal como Cristo, devemos ter “Coluna Vertebral”. Isto não significa um relacionamento social e interpessoal aparte do que é socialmente estabelecido. É desde logo um desafio às nossas convicções e forma de estar na vida. Não é fácil seres tu, mas só tu podes tornar fácil que a tua consciência, o teu “eu” mais profundo, seja fiel aos princípios que elencaste para a tua vida.E dizia alguém:- Eu não vivo com grandes coisas...Que pode cada vez mais significar que grandes coisas vivem em ti...Esse desprendimento assumido e vivido com uma alegria genuína é um sentimento que nos coloca em sintonia com a energia do mundo e a mensagem de Cristo. Na nossa vida, esta terrena que conhecemos, seremos mais felizes quanto mais desprendidos nos fizermos... e também este é um processo, um caminho, uma luta feita de avanços e recuos... tens caminhado?Vives com grandes coisas?...Que grandes coisas vivam em ti...




Aproveito para relembrar o que nos diz a Gaudium et Spes, no seu ponto 16, sobre a consciência:


No fundo da própria consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas á qual deve obedecer; essa voz, que sempre o está a chamar ao amor do bem e fuga do mal, soa no momento oportuno, na intimidade do seu coração; faz isto, evita aquilo. O homem tem no coração uma lei escrita pelo próprio Deus; a sua dignidade está em obedecer-lhe, e por ela será julgado. A consciência é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do ser.