terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Os Leigos na Igreja Católica

A Agência Ecclesia publicou esta semana um Dossier sobre os leigos na Igreja Católica.

Dos quatro artigos publicados, saliento a entrevista de Ligia Sousa a Alfredo Teixeira, sociólogo e teólogo.

Desta entrevista destaco as seguintes declarações:

“A sociedade tem dificuldade em perceber a diversidade interna da própria Igreja”. Dentro da diversidade, “há que encontrar formas que conduzam à percepção de uma comunidade múltipla, com diferentes graus de integração, onde existem pessoas que assumem uma responsabilidade diferente”.
Alfredo Teixeira lamenta que na cena pública haja falta de expressão de diversidade. A expressão “ajudaria a estabelecer mais pontes entre a igreja e a própria sociedade no quadro desse pluralismo”.
Os «opinion makers» são “sempre os mesmos e demasiado próximos de um universo ideológico, por vezes, próximo de um circuito político e que não traduz aquilo que é a diversidade da Igreja”.


Os quatro artigos publicados no dossier:

Leigos, um cara diferente da Igreja, por Alfredo Teixeira

Que esperar do trabalho dos leigos?, de D. António Marcelino

Responsabilidades laicais na vida da Igreja, de Benjamim Ferreira

Desafios aos Leigos, de Maria Leopoldina Pinho

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A novidade cá da terra

A última novidade aqui da terra é o relógio que decidiram colocar na nova capela! Agora de meia em meia hora, de dia e de noite, lá estão duas ou três cornetas a postos para nos lembrar que horas são!

Com esta novidade lembrei-me de uma polémica de há uns anos na vizinha aldeia de Quintela de Azurara, que teve direito a destaques televisivos e a uma crónica de José Cardoso Pires:

Por Quem Os Sinos Dobram
Às 6h30 da manhã Deus estava de costas para mim e eu escrevia. Alvalade a esta hora é uma paz sagrada porque ainda não há comércio e os ladrões estão todos no primeiro sono. Lá mais para tarde, não: os três bancos aqui do largo abrem as portas, o comércio, mais ou menos estremunhado, começa logo a facturar e os gatunos de esticão ocupam os seus postos de vigia, à espera das velhinhas distraídas, das meninas de fio de ouro que vão a caminho da escola e do mais que lhes passar à mão. 7h30 da manhã. Tudo na mesma por enquanto. Deus continua de costas, que eu bem o sinto enquanto escrevo. É o costume, e eu já nem me ofendo. Deus só se interessa pela literatura dos Testamentos e pela poesia com "imprimatur" - a dos hinos, especialmente, e aquela que fala das virgens e dos milagres. Mas de repente vem o Diabo e desata a tocar os sinos da igreja aqui ao lado, para me estragar a escrita. Pronto, estou arrumado. Sempre que o diabo começa a badalar os sinos de Deus ponho ponto final em mim e fecho parágrafo porque sei que ele está feito com os críticos literários rancorosos e com os académicos de gramática dourada. A partir de agora já sei que durante o resto do dia vou ter, a espaços certos, impiedosos, os sinos a dar horas em avé-marias, como se cá no bairro ninguém tivesse relógio. Esta música de badalo excita a população local. Os cheques sem cobertura começam a esvoaçar pelos balcões das agências bancárias, os gatunos de esticão atiram-se às bolsas do passante com alegria veloz e os cartões do multibanco desaparecem à ponta da navalha, transformados em dinheiro de morte ou vida. Meio-dia em ponto. Ao bater do último sinal, recordo William Carlos Williams naquele poema em que ele diz: "Sem ser católico ouço os sinos". Eu também. Mas duvido que, lá na cidadezinha de New Jersey onde ele viveu, os dias fossem um repicar cronometrado como aqui, com chamadas pelo meio para as novenas, missas da regra e outras liturgias. Não, da paz campestre é que eu preciso. Cantar de abelhas, cheiro a pinheiros, ar puro e, vá lá, uma campana a tocar de longe em longe, como se fosse o cordeiro de Deus de passagem pelo mundo. Mas paz campestre onde? Um dia destes abro o telejornal e vejo que em Quintela de Azurara, para os lados de Mangualde, o povo anda em polvorosa, não só atordoado com os sinos como com as mensagens electrónicas que a igreja do lugar lança cá para fora aos quatro ventos. De manhã à noite, parece que aquilo por lá é um desfiar permanente de missas, recitações, ladainhas e oratórias, espalhadas por montes e vales por uns altifalantes desvairados que o padre da freguesia mandou instalar na torre do templo de Deus. Como no mundo islâmico, afinal; os camponeses de Quintela é que ainda não deram por isso. Crentes na Santa Madre Igreja, o que eles não são é fundamentalistas como o padre e, assim, protestam abertamente contra os sinos da discórdia e contra a poluição sagrada que lhes baralha o dia-a-dia. Alguns talvez até já tenham ensurdecido, quem sabe?, e estejam privados de ouvir a voz do Senhor. Outros, com tanta balbúrdia, já confessam diante das câmaras da televisão que receiam perder a fé. Perder a fé? O padre Arlindo Tavares, que é quem comanda esta cruzada electrónico-campestre, aparece então no ecrã em paramentos de seda e ouro, para se justificar ao mundo dos espectadores. Não se mostra pessimista nem inquieto com a contestação popular. Não fala nisso, sequer. Olhar pio e magoado, recita umas coisas breves com voz ungida de padre antigo a cheirar a mofo e, tudo somado, conclui-se que "trabalha para salvar o povo". E "dixit". Por sua vez, o entrevistador também se apressou a fechar a reportagem, antes que os sinos recomeçassem a tocar, calculo eu. Sei lá. Eu, pelo menos, mesmo sem os ouvir, fiquei a senti-los num cadenciar lento e igual. Um dobrar a finados, digamos. Agora, quando eles soam na igreja aqui ao lado e cobrem a minha escrita, é assim que os entendo. Penso que dobram por mim ainda vivo.
José Cardoso Pires

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Uma partilha solidária



A Lei da Liberdade Religiosa permite que possamos consignar o,5% do IRS liquidado a uma instituição religiosa ou a uma IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social.
Basta no Anexo H, campo 9, assinalar o respectivo quadrado e colocar o Número de Contribuinte da instituição em causa.
Transcrevemos os n.ºs 4 a 6 do artigo 32º da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho:
"4 - Uma quota equivalente a 0,5% do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, liquidado com base nas declarações anuais, pode ser destinada pelo contribuinte, para fins religiosos ou de beneficência, a uma igreja ou comunidade religiosa radicada no País, que indicará na declaração de rendimentos, desde que essa igreja ou comunidade religiosa tenha requerido o benefício fiscal.
5 - As verbas destinadas, nos termos do número anterior, às igrejas e comunidades religiosas são entregues pelo Tesouro às mesmas ou às suas organizações representativas, que apresentarão na Direcção-Geral dos Impostos relatório anual do destino dado aos montantes recebidos.
6 - O contribuinte que não use a faculdade prevista no n.º 4 pode fazer uma consignação fiscal equivalente a favor de uma pessoa colectiva de utilidade pública de fins de beneficência ou de assistência ou humanitários ou de uma instituição particular de solidariedade social, que indicará na sua declaração de rendimentos."

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Em mudança...

Após de um período de ausência, começou um período de mudança!

O blog está em mudança, não só no aspecto gráfico como também no fio condutor que pautará a colocação de mensagens no blog.

De Olhando da Ribeira passará para Partilhando da Ribeira, de uma fase mais passiva passarei talvez para uma fase mais activa de partilha.

Este período transição prolongar-se-á até meados de Maio, altura em que espero ter já terminado um projecto em que estou envolvido e ter espaço mental para iniciar uma nova etapa deste blogue.

Até á, continuarei, ora a olhar ora a partilhar a partir da Ribeira!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Outro lançamento a 2 de Março


No dia 2 de Março, além do livro da autoria do António Tavares, será também lançado um livro de outro mangualdense, Fernando Pau-Preto.

Intitulado "O património cultural no planeamento e no desenvolvimento do território", é editado pela Lugar do Plano, com o apoio do Município de Vila Nova de Foz Côa.

O lançamento ocorrerá pelas 14H30, no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, no âmbito das Festas da Amendoeira em Flor. Será ainda efectuada uma breve apresentação pelo autor, seguido de debate.

Este livro resulta da dissertação de mestrado de Fernando Pau-Preto, cujo original encontra-se disponivel na Biblioteca Municipal Alexandre Alves, em Mangualde.


Clique na imagem para ter acesso a mais informação sobre o livro.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Levanta-te Contra a Discriminação das Doenças Mentais

Em Homenagem às "minhas meninas" da Clinica Psiquiátrica de S. José onde vivi momentos maravilhosos ao longo de oito anos!

http://www.encontrarse.pt/pages/homepage.php

A não perder!