domingo, 28 de outubro de 2007

Está próximo


É já no próximo fim de semana que se realiza mais um Congresso da Juventude Hospitaleira, movimento juvenil a que pertenço há 10 anos.

Alguns jovens do concelho de Mangualde já pertenceram este movimento juvenil, mas hoje não existe nenhum mangualdense inscrito.

Quem quiser saber mais sobre a Juventude Hospitaleira poderá ir aqui.

Também neste fim de semana se realizará em Mangualde a tradicional Feira de Santos, outrora conhecida como Feira da Marrã, hoje como Feira das Febras.


Nota: Como estou fora da Ribeira e não tenho acesso ao blogger, envio esta mensagem por correio electrónico. É a primeira vez que experimento esta forma de colocar mensagens no blog, espero que tenha funcionado.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Uma viagem por Terras de Alcafache


A freguesia de Alcafache no contexto da região beiraltina é uma freguesia marcadamente contemplada com variadíssimos vestígios arqueológicos que permitem vislumbrar a importância desta terra ao longo da História. É reconhecida a importância das termas durante o período relativo ao domínio romano. As Termas de Alcafache continuam na actualidade a assumir-se como um marco importante nas preferências de centenas de portugueses e de turistas, com grande incidência no turismo sénior.
A freguesia de Alcafache dispõe de múltiplos monumentos e templos religiosos riquíssimos e de interesse turístico redobrado. Além disso, beneficia de uma exponencial localização (entre Mangualde e Viseu), sendo hoje servida por uma malha viária de qualidade e apresenta uma grande oferta de recursos ambientais. Tem por isso um potencial turístico bem vincado que há-de afirmar-se cada vez mais nos anos vindouros.
A História de uma freguesia faz parte da sua própria identidade, sendo o património cultural a materialização dessa identidade que urge preservar e divulgar.
Nesta conformidade, é imprescindível a edição desta obra, que se afigura como mais um instrumento e um apoio para a promoção e divulgação turística da Freguesia de Alcafache e em particular das potencialidades das termas e dos demais recursos endógenos potenciadores de mais turismo e de um maior desenvolvimento. Este trabalho é da não se trata de uma monografia sobre a freguesia, mas sim uma recolha de vários apontamentos históricos sobre a freguesia e os seus monumentos, com o objectivo de divulgar esta bela freguesia onde o verde bordeja o Dão.

(Texto de apresentação da obra pelo Presidente da Junta de Freguesia, Sr. Justino Costa)

Já se encontra à venda esta pequena obra da minha autoria e editada pela Junta de Freguesia de Alcafache.

Quero aqui salientar o empenho que a Junta de Freguesia, nomeadamente o seu presidente, coloca na valorização do património e da história da freguesia de Alcafache.
Numa primeira parte apresentamos alguns apontamentos históricos e numa segunda parte um "percurso" pelas aldeias da freguesia.

A obra encontra-se à venda na Junta de Freguesia e na Casa de Bordados em Tibaldinho, por 5€.

domingo, 21 de outubro de 2007

Terá a Ribeira pertencido às Terras de Azurara?




Entre 1055, data da conquista do castelo de Seia, e 1068, data da conquista do Castelo de Coimbra, Fernando Magno fixa a linha de fronteira no Mondego.


Começará agora o repovoamento de toda a região de Viseu pelos Cristãos, através de presúrias[1], da concessão de forais[2] a várias terras e de propriedades a nobres e ordens religiosas.


A mais antiga referência documental onde surge o topónimo Real é no foral de Zurara (1109-1112), parte do actual concelho de Mangualde. Neste documento surge como nome do Rio Ludares que fazia fronteira, grosso modo, entre as terras de Zurara e de Penalva.


Sendo o rio Ludares a fronteira, terá a Ribeira nesta altura pertencido ao concelho de Zurara? Não cremos. Os limites que constam do foral são muito genéricos e nas Inquirições de 1258 surge a Ribeira em terras de Penalva, sem qualquer referência às terras de Zurara. Por outro lado, nada garante que a Ribeira nesta época se localizasse na margem esquerda do Rio Ludares. Poderia localizar-se na margem direita na zona dos Moinhos junto à actual ponte, sendo, assim, o rio Ludares a efectiva fronteira entre as Terras de Zurara e de Penalva.

[1] Título especial a que eram concedidas aos nobres certas terras por eles conquistadas aos infiéis, durante a reconquista cristã e a formação territorial de Portugal.

[2] Documento emanado do monarca, pelo qual se constituía o concelho, se regulava a sua administração, e se indicavam os seus limites e privilégios.


Para saber mais sobre a história da freguesia de Real clique aqui.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Reedição da Monografia de Mangualde: Será desta?

Na reunião de 3 de Outubro de 2007 da Câmara Municipal de Mangualde não se discutiu a tal PPP, que muita tinta tem feito correr.

A Câmara Municipal de Mangualde deliberou revogar o protocolo que tinha estabelecido com a Associação Cultural Azurara da Beira (ACAB) e o Sr. Valentim Oliveira (detentor dos direitos de autor da monografia de Mangualde escrita por Valentim da Silva), referente à edição da monografia.

Assim, em breve deverá ser feita a escritura pública para a transmissão dos direitos de autor da monografia doados pelo Sr. Valentim Oliveira e cuja aceitação foi liberada pela CMM na sua reunião de 13 de Junho de 2007. O Sr. Valentim colocou como condição para a doação ter efeito, a edição da obra no prazo de um ano e a sua venda pelo preço mais baixo possível.

Esperemos que seja desta que a Monografia seja editada. Como obra editada pela primeira vez em 1946, trata-se de uma obra já desactualizada mas com valor histórico que justifica a sua reedição.

É importante a reedição destas obras, como também aconteceu, por exemplo, com a obra de Pinto Loureiro sobre o concelho de Nelas e reeditada pela CM de Nelas; ou a obra de Fernando Barros Leite sobre o concelho de Penalva do Castelo e reeditada pela respectiva CM. Mas deveriam ser acompanhadas de notas e comentários que actualizassem alguns dados, de forma a fornecer a quem as lê hoje em dia dados correctos fruto de investigações posteriores. Principalmente em concelhos onde não abundam estudos monográficos sobre a história local, como acontece no concelho de Mangualde, em que a maioria das edições são sobre elementos do seu património cultural.

Para quem não conhece a monografia de Mangualde da autoria de Valentim da Silva, poderá consultar fotocópia da obra na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves, em Mangualde.

domingo, 14 de outubro de 2007

Touradas em Alcafache: o fim de uma tradição


Quando em 1759 o Abade José de Almeida Preto tomou posse da Paróquia de Alcafache, após a morte do seu antecessor, ficou escandalizado com as tradições que aqui se praticavam.
Era costume na freguesia haver largada de touros durante os festejos dos vários santos da freguesia.
O reverendo abade deverá ter tentado demover a população de fazer estes festejos, mas sem sucesso tendo por isso pedido o auxílio régio.
Uma das festas em que se costumava fazer largada de touros era na de N.ª Sr.ª dos Prazeres, em que os mordomos tinham que providenciar os touros. Caso tal não acontecesse, os mordomos eram gozados pela restante população que, mascarada, com chocalhos, buzinas e outros instrumentos ruidosos, percorria os povos da freguesia imitando o enterro de um dos mordomos, retratado por um boneco num esquife.
O Rei atendeu a pretensão do abade e ordenou, em 1764, o fim de tal festejos, assim como penas para quem o realizasse ou ajudasse na sua realização, tanto os mordomos como a restante população. A pena mais severa era a prisão no Limoeiro, uma cadeia em Lisboa, e o confisco dos bens para a Coroa.
E assim, acabou uma tradição de tempos remotos.
Transcrevemos a seguir a Ordem enviada pelo Rei ao Corregedor de Viseu para fazer cumprir o que tinha decidido, publicada por Boaventura de Noronha[1].

1764, 5 Abril – Carta de D. José I para o Corregedor da Comarca de Viseu ordenando o fim das corridas de touros em Alcafache.

Arquivo da Câmara Municipal de Mangualde – Livro de Registos (ano 1763)

Dom José por graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar, em África, Senhor da Guiné, etc., faço saber a vós Corregedor da Comarca de Viseu que José de Almeida Preto, Abade colado da paroquial Igreja de S. Vicente de Alcafache me representou por sua petição, que sendo Eu servido provê-lo na dita Igreja para reger, e encaminhar como pastor, as suas ovelhas para o Céu, sucedera achar entre elas, o bárbaro uso de festejar com touros o Povo nos dias de algumas festividades, como era na Dominica in Albis, em que os mordomos da Irmandade de Nossa Senhora dos Prazeres costumavam fazer festa popular com os ditos touros como também em outras festividades, de alguns santos, que se celebravam pelo decurso do ano, em que de ordinário sucedia haver bulhas, e morte como já tinha havido; e querendo o Suplicante evitar estes danos assim temporais, como espirituais, entrara a admoestar seus fregueses para que não usassem de semelhantes festejos no que se desculparam os ditos mordomos, que não queriam ser injuriados com a surra, a que chamam cortiçada que lhes fazia o povo quando não faziam a dita festa de touros, como o era e mascarando-se parte da plebe, usando buzinas, chocalhos, e batendo em cortiços e outros ridículos instrumentos para fazerem estrondo, e ludíbrio, aos ditos mordomos, discorrendo todos assim armados com paus por todos os povos da freguesia com uma estátua em um aparente esquife, fingindo um dos mordomos morto naquele injurioso enterro que findava em a queimarem em parte pública com muitas vozes: Morra Fulano!, cujo caso tinha sucedido na Dominica in Albis próximo passada; e como o Suplicante desejava que os seus fregueses vivessem todos em paz, e sossego nas suas consciências e não em abusos tão alheios do serviço de Deus, e das minhas Leis; me pedia fosse servido mandar que vós ou o Juiz de Fora de Azurara donde era termo a mesma freguesia de Alcafache, mandásseis nela deitar pregão que toda a pessoa que desse touros, ou concorresse para eles; ou fizessem cortiçadas, ou usassem de alguns instrumentos para eles fosse presa e remetida à sua custa para o Limoeiro, confiscados todos os seus bens para a minha Real Coroa. E visto seu requerimento e informação que sobre esta matéria me enviasteis: Hei por bem e vos mando que na freguesia de Alcafache se não corram touros com ponta e só na forma da Lei; e quando algum mordomo os não quiser dar, não seja por isso injuriado com a dita cortiçada; e todo o que se mascarar, e para ela concorrer e fizer ajustamento, incorrerá nas penas, dos que fazem assuadas, e procedereis pela mesma devassa para averiguação dos delinquentes; E esta Ordem fareis registar na Câmara e publicar por pregão, para todo o tempo constar que Eu assim o houve por bem.

[1] NORONHA, Boaventura de (1960) - Antigas corridas de Touros em Alcafache III. Notícias da Beira. Mangualde. 734, de 25-01-1960, p. 4.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

2 anos de Trabalho, Honestidade e Competência na freguesia de Real




Faz hoje dois anos que fui eleito pela população da freguesia de Real para a Assembleia de Freguesia. Na mesma lista foi também eleito o Paulo Jorge de Sousa Lemos.

Tem sido uma experiência muito rica quer para nós eleitos quer para a própria freguesia!

Toda a nossa actividade pode ser consultada aqui.

O nosso boletim que editamos 4 vezes no ano e distribuimos porta-a-porta, pode ser consultado aqui.

Poderá ver aqui o estudo monográfico sobre a história e o património da nossa freguesia!

Uma oposição séria, para um poder local forte, e uma freguesia desenvolvida!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

À memória de Castendo




Comemoraram-se recentemente em Penalva do Castelo o 50 anos da mudança do nome da vila de Castendo para Penalva do Castelo, com uma palestra e a inauguração de uma avenida.


Só mais recentemente vi no jornal O Penalvense uma fotografia da placa toponímica da dita avenida (a que está na foto).


Quando a vi lembrei-me logo dos memoriais que existem à beira das estradas evocando a triste morte de alguém num acidente ou despiste.


Será que não havia outra forma de evocar o cinquentenário da mudança do nome da vila.

Em vez das duas datas, porque não um texto como este: "Inaugurada no cinquentenário da mudança do nome da vila de Castendo para Penalva do Castelo. 07-08-2007"