sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Venha daí! Um caso de publicidade enganosa?


Encontrei hoje no site da Câmara Municipal de Mangualde uma chamada de atenção intitulada “Venha Daí”! E eu lá fui espreitar. Deparei-me com as 10 Razões para visitar o concelho de Mangualde, evocando todo o potencial turístico do concelho.

Eis as 10 Razões:
1. Terra Antiquíssima
2. Concelho Gastronómico
3. Artesanato Variado
4. Termas Sulfurosas de Alcafache
5. Vinho do Dão
6. Não Faltam as Feiras, Festas e Romarias
7. Mangualde um Tesouro Natural
8. Belos Monumentos Históricos
9. Barragem de Fagilde
10. Visitar Mangualde Através de Percursos

Alguns comentários:

Termas de Alcafache
Sítio aprazível com o balneário, os café e o parque de estacionamento no concelho de Viseu, para onde seguem a maioria dos banhistas. O que temos do lado de Mangualde? Algumas unidades hoteleiras, bares nocturnos e de fim-de-semana, uma zona rica em património natural e cultural desprezada e por aproveitar. Espero que se aproveitem as verbas do próximo Quadro Comunitário de Apoio para renovar esta zona que bem merece.

Belos Monumentos Históricos
Não vou pegar pelas igrejas e casas solarengas fechadas, pois, como propriedade privada que são, é legítimo que os seus proprietários as mantenham fechadas.
Mas não poderem deixar de referir o estado de abandono e desprezo em que se encontram os vestígios arqueológicos visitáveis. Sinalização deficiente ou ausente, falta de sinalética explicativa, falta de manutenção e limpeza dos sítios, entre outras lacunas.

Visitar Mangualde através de Percursos
Esta é a parte em que quem escreveu o texto deveria estar a sonhar! A não ser que entenda como percursos, a viação municipal e os caminhos vicinais sem qualquer sinalização. Onde está a sinalética que nos leva “aos recantos mais escondidos”?

Como já afirmei anteriormente, penso que se está a colocar a carroça à frente dos bois. Devia-se fazer um período sabático de divulgação do concelho e apostar na criação de condições para que os turistas tivessem de facto 10 razões e muitas mais para visitar o concelho de Mangualde.

Estamos a chamar os turistas para quê? Para verem que não temos condições para os receber? Para depois irem dizer aos seus conhecidos que não vale a pena visitar o concelho de Mangualde, que é preferível ir até Seia (como eu já ouvi)?

sábado, 23 de dezembro de 2006

A quem devo desejarum Santo Natal?

Eis uma pergunta que coloco a mim mesmo todos os anos por esta altura, a par de outra, como é que esta ou aquela pessoa que me deseja Bom Natal sabe que eu acredito no Natal?

O Natal é a celebração do nascimento de Jesus Cristo, que veio anunciar a Boa Nova. Assim o é para quem crê. Para um judeu, por exemplo, o Natal não significa nada.

A apesar de o Natal apenas ter um significado para uma parte da população, assistimos a uma remessa em massa de mensagens de Natal. Os operadores postais, de telecomunicações e de Internet agradecem, mas se calhar quem recebe nem por isso.
Já pensaram na cara de um Judeu, ou de um Ateu a receber uma carta desejando um Bom Natal?

Por isso é que eu coloco sempre a questão será que devo desejar um Bom Natal a esta ou aquela pessoa que está na minha lista de contactos? Será que ela acredita?

Afinal o Natal não é para todos, é só para alguns!

Mas a Boa Nova é para todos: Amai-vos uns aos outros!
É o meu voto nesta altura do ano!

sábado, 16 de dezembro de 2006

30 anos de poder local, a mentira do dia!

Faz hoje 30 anos que se realizaram as primeiras eleições autárquicas da II República. As primeiras que permitiram a todos os cidadãos portugueses eleitores de elegerem democraticamente os seus candidatos para três órgãos autárquicos. Por este motivo têm ocorrido um pouco por todo o país comemorações e diversos eventos evocando a efeméride.
No entanto, não podemos dizer que se comemoram 30 anos de poder local, pois o poder local é muito mais antigo. Remonta, pelo menos aos concelhos medievais, onde as populações exerciam localmente o poder. Devemos antes dizer 30 anos de poder local democrático.Não podemos escamotear esta realidade que nos é muito cara, pois desde os primórdios da nacionalidade que o poder central concedeu legitimidade às populações locais para exercerem o poder, ora de uma forma mais alargada ora de uma forma mais restrita, outorgando-lhe cartas de foral.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Os oragos mudam, mas a tradição mantém-se

Ontem foi dias de festa aqui na aldeia. Foi dia de St.ª Luzia, virgem mártir dos primeiros séculos do cristianismo.

A nossa aldeia como muitas das beira tem a sua capelinha. Já em 1758, segundo o relato do pároco, existia uma capela na aldeia dedicada N.ª Sr.ª da Ouvida. Na minha infância sempre conheci a antiga capela como a capela de St.ª Luzia. A importância do culto a esta Santa era tanto na aldeia que está registado na toponímia como nome de um Adro, uma Rua e uma Travessa. Entretanto, a estrutura da capela tornou-se cada vez mais em risco de ruína, e construiu-se uma capela nova no cimo do povo benzida em 2001 pelo D. António Monteiro, de boa memória. Mas, agora não dedicada a St.ª Luzia, mas sim a N.ª Sr.ª dos Remédios a quem se faz a grande festa do Verão.
Apesar desta mudança de oragos, a tradição não se perde e ontem celebrou-se a festa de St.ª Luzia com Eucaristia e Procissão, à qual acorreram devotos de algumas aldeias das redondezas.

Nota: a fotografia foi tirada há uns anos ainda na capela antiga.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Centro de Interesses e Museu dedicado ao Porco


Acabado de chegar a Casa depois de uma semana de ausência, eis que vejo na p. 9 d'O Renascimento a grande notícia para a salvaguarda da Cultura, Património Cultural e Identidade do concelho de Mangualde: Centro de Interesses e Museu dedicado ao Porco. Com candidatura a marca registada e tudo.

Segundo se pode ler no artigo da autoria de Artur Santos, o Dr. Soares Marques, presidente da Câmara, teve esta ideia ao visitar algo similar em Itália. (As más línguas já deverão estar a pensar, afinas as suas visitas ao estrangeiro sempre servem para alguma coisa!!!, Ah pois é!).
O Dr. Soares Marques fundamenta a ideia no facto de Mangualde ter a Feira de Santos, que tem como imagem de marca o porco e seus derivados, a existência de muitas suiniculturas, e de ter sido no passado um grande centro de transacção deste animal. Poderá vir a ser construído em parceria com uma empresa privada, terá além do museu um restaurante.

O Nome a ser registado não deixa de ser curioso para um equipamento cultural "Centro de Interesses"! Que interesses estarão por detrás desta iniciativa?
Na última campanha eleitoral em entrevista a'O Renascimento, de 1 de Outubro de 2005, o Dr. Soares Marques referia que uma das suas prioridades seria “construção de um Museu Etnográfico e Arqueológico do Concelho de Mangualde”.

Será que vamos ter dois museus em Mangualde? Que fartura? Ou será que os interesses já foram deslocados... para o porco, claro está!

Sobre a questão da existência de um museu em Mangualde, que já é antiga, remonta pelo menos a 1912, vejam o meu trabalho de mestrado sobre um Museu para Mangualde, aqui, onde apresento uma proposta de um futuro Museu Municipal de Mangualde.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Antigo vs Moderno: Uma convivência pacífica II




Outro exemplo da convivência pacífica entre o novo e o velho, desta vez dos lados das terras de Azurara, ou melhor de Senhorim, actual concelho de Mangualde.

Sobre o rio Tinto em Gandufe, na Qt.º do Tinto, existe uma ponte cuja antiguidade se denota pela sua arquitectura. Romana? Talvez, com alguma probabilidade, como já o defendemos noutro local.

Com os tempos, como me explicou um habitante local, a ponte tornou-se estreita para os tractores e assim surgiu a necessidade de construção de uma ponte nova. Esta foi construida mesmo ao lado da velha, sem que esta saísse beliscada.

Um exemplo de como o desenvolvimento é compatível com a salvaguarda do património Cultural das comunidades.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Antigo vs Moderno: Uma convivência pacífica I


Quem vai da Ribeira para Real encontra à beira da estrada municipal 615 diversas cruzes sobre plintos de cimento.

Marcam no caminho percorrido pelos cortejos fúnebres os locais onde e deve dizer as respectivas orações.

Foram colocadas nos anos 90 do séc. XX pela Irmandade de Real.

O interessante foi ter-se mantido num dos locais a antiga cruz, gravada num monólito, a par da nova cruz.


Um exemplo de como o Antigo pode conviver com o Moderno!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves: Parabéns


Faz hoje nove anos a Bibliotea Municipal Dr. Alexandre Alves, de Mangualde.

Desde pequeno que me habituei a frequentar as bibliotecas municipal de Lisboa, quer para estudar quer para requisitar livros de ficção.

Desde que abriu a Biblioteca de Mangualde que me habituei a ir lá passar algumas tardes das minhas férias, apanhava a carreira das 13h e vinha na das 18h. Ali consultava e requisitava vários livros, não só de hostória e arqueologia como de outras que começaram a fascinar das ciencias sociais.

Desejo que o futuro continue risonho e cheio de projectos concretizados.

Aqui deixo dois links para a Biblioteca:
http://www.bib-mangualde.rcts.pt/
http://www.portalbmm.com/index.php

sábado, 18 de novembro de 2006

Jornalismo na Câmara Municipal de Mangualde

Já há algum tempo que ando para colocar aqui um "post" sobre uma "secção" do site da Internet da Câmara Municipal de Mangualde. Fui protelando, até que ontem ao ver no Diário da República o Anúncio de abertura de concurso para Técnico Superior de Jornalismo, me decidi a comentar tal "secção".

Se repararem, no menu existe um campo que diz Apoio ao Munícipe que se desdobra em várias "secções", uma delas denomina-se "Revista de Imprensa".
A primeira vez que a vi pensei, ora que bela ideia, para quem não tem possibilidade de andar a ver os jornais todos, aqui encontra uma compilação do que se vai dizendo sobre o concelho!
Pois é, mas ao abrir o primeiro ficheiro pdf e depois os seguintes as minhas expectativas saíram goradas. Nas várias compilações de notícias, cujo aspecto gráfico com que são apresentadas pouco atrai, poucas são as notícias sobre o nosso concelho. Compila-se noticias de tudo e mais alguma coisa, tipo um resumo de cada dia.
Mas para este tipo de compilações não devem ser da competência de um município, uma câmara municipal deve empregar os seus técnicos ao serviço dos municípios e dos munícipes.
Quem vem ao site da Câmara de Mangualde para ler as notícias gerais do país e do mundo, poderá perfeitamente ir a outros portais generalistas que compilam noticias.

Achava interessante que se disponibilizasse noticias que se referissem ao concelho, até porque um Técnico Superior de Comunicação Social numa autarquia deve ter essa função, de recolector e de difusor, não só pelo executivo, como pelos vários serviços de notícias relativas às atribuições de cada um, e por isso seria fácil dessa recolha seleccionar as mais importantes, ou até disponibilizar todas, no site da edilidade.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Casa de Canelas, Quintela de Azurara


Hoje decidi colocar um texto sobre um elemento patrimonial da vizinha aldeia de Canelas, da freguesia de Quintela de Azurara.

Os vestígios mais antigos que se conhecem na povoação de Canelas é um troço de calçada e uma ponte indicada por alguns autores como sendo romanas (Vaz, 1997, p. 75). É precisamente junto desta via, sobre um afloramento roqueiro que se implantam as “Casas de Canelas”. Estes vestígios não nos permitem afirmar que existiu povoamento romano nesta aldeia, visto que até ao momento não foram encontrados quaisquer vestígios da ocupação humana no local.
No entanto, para o períodos medieval, temos já não só vestígios medievais como documentos que atestam a ocupação deste local.
No que diz respeito aos vestígios arqueológicos, foram identificados junto às “Casas de Canelas” fragmentos cerâmicos que numa primeira análise apontam para uma cronologia medieval. Por outro lado a própria implantação da casa sobre a rocha indicia a sua fundação medieval, visto que é típico desta época a implantação dos “prédios urbanos” sobre a rocha de forma a deixar disponível os “prédios rústicos” para a agricultura.
Relativamente aos documentos, a primeira referência surge-nos nas Inquirições de 1258. Segundo este documento a “vila” de Canelas era uma cavalaria foreira ao Rei, por uso e foro de Zurara, que fora trazida por homens vilãos, tendo sido depois no Reinado de D. Sancho I comprada por Fernando Canelas. Este Fernando Canelas, aqui deverá ter tido a sua casa, pois desta terra tomou o nome, tendo alargado o seu património através da compra de outra propriedades pelas terras de Zurara, Tavares e Penalva. (Nóbrega, 2002).
O conjunto objecto deste estudo deverá ter sido construído nesta época, séc. XII/XIII, tendo sofrido algumas alterações no séc. XV/XVI, como sejam a inclusão de uma janela de estilo manuelino, cujos ornatos aplicados infelizmente já não se conservam. Como já dissemos estas casas encontra-se implantada sobre a rocha, tinha dois pisos interligados por um lanço de escadas exteriores.
A casa onde se encontra a janela manuelina é que se encontra em melhor estado de conservação. De dois pisos, a janela, encontra-se no segundo piso ao qual se tem acesso por uma escadaria lateral. O piso inferior, pela sua configuração e pelo diminuto espaço útil, devido aos afloramentos onde está assente a casa, não deverá ter sido usado para habitação. Talvez o primitivo acesso ao piso superior fosse interior, sendo a porta que se encontra na fachada a entrada principal.
A segunda casa, encontrava-se parcialmente adoçada a esta, formando um “L”. Restam apenas duas paredes, conservando-se numa delas uma janela, com conversadeiras.
A técnica construtiva das duas casas é similar, sendo as paredes constituídas por pedras de tamanho médio sobrepostas.
Que papel terá tido estas casas na História de Canelas?
Serão as casas dos descendentes de Fernando Canelas?
Anabela Cardoso (1994, p. 48) coloca a questão de esta casa ter pertencido a Manuel Cabral de Albuquerque que em 1783 surge como “Senhor de importantes bens em Canelas e Tenente de Milícias no mesmo local. Ao contrário dos seus antecessores estabelece residência naquela aldeia e é na “Casa de Canelas” que vão nascer os seus cinco filhos”.
Apesar das incertezas que envolvem este conjunto é indiscutível a sua importância para a História de Canelas e do concelho de Mangualde. O desenvolvimento urbano da aldeia e o abandono poderão a qualquer momento fazer desaparecer este marco histórico. Daqui a razão de ser da classificação deste conjunto como de interesse municipal requerida pela Associação do Rancho Folclórico "Os Azuraras" à Câmara Municipal de Mangualde em Maio passado e cuja abertura do processo de instrução ainda não foi deliberada.

Referências Bibliográficas
CARDOSO, Anabela dos Santos Ramos (1994) – Casas Solarengas no concelho de Mangualde. Mangualde: Câmara Municipal de Mangualde e Associação Cultural Azurara da Beira. (Terras de Tavares e Azurara. 5)
NÓBREGA, Pedro Pina (2003) - A presença romana nos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo [on-line]. Lisboa: [s.n.] [consultado em 10-05-2006]. Trabalho apresentado à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Disponível em http://pedropinanobrega.no.sapo.pt/tampr.html
NÓBREGA, Pedro Pina (2002) - O Povoamento medieval de Mangualde e Penalva do Castelo: Contributo dos vestígios arqueológicos e das Inquirições de 1258 [on-line]. Lisboa: [s.n.] [consultado em 10-05-2006]. Trabalho apresentado à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Disponível em <http://pedropinanobrega.no.sapo.pt/thmpii.html>
VAZ, J. L. da Inês (1997) - A Civitas de Viseu: Espaço e Sociedade. Coimbra: Comissão de Coordenação da Região Centro.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Balanço de um ano de mandato

Seguindo a onda de fazer balanços de mandatos, aqui venho fazer não o meu, que esse podem fazer indo aqui, mas o balanço das obras municipais nas freguesias de Real e de Quintela de Azurara.

Comecemos pelos nossos vizinhos. Obras que se vissem só me lembro de uma e mesmo essa anda emperrada. O Saneamento básico e a ETAR, aquela obras que destrui a estrada municipal e tem dado dores de cabeça há mais de dois anos, creio. A estrada lá foi composta depois de muita pressão pela população e da marcação de uma manifestação. Até pessoal e veículos da Câmara Municipal ajudaram o empreiteiro a compor a estrada, esperemos que na factura final lá venha o desconto merecido!!! A ETAR essa coitada, esta enguiçada. Vejamos se a empreitada estará pronta a 15 de Novembro como deliberou a CMM. Veja o que a Câmara deliberou sobre estes prolongamentos de prazos neste mandato a 14 de Dezembro e a 31 de Maio.

Aqui na freguesia de Real, notou-se um pouco mais, principalmente no bolso de alguns. COmpraram-se casas na Ribeira para fazer um largo, num casebre gastou-se 2250€ numa casa de cantaria três vezes maior gastou-se 4000€.
Ajudou-se na questão do abastecimento de água ao fontenário através de uma nova captação de furo.
Colocou-se um contentor de 800l num parque de merendas que quase ninguém utiliza e onde as papeleiras davam conta do recado. Quanto que na aldeia, RIbeira, os dois contentores muitas vezes não conseguem dar conta do recado.
Ah calcetou-se o adro da antiga capela na Ribeira.
E outra ainda, depois de tantos anos foi esgotada pela primeira vez a fossa da Ribeira, no mês anterior à visita de um deputado da nação!!! Mera coincidência!
Pois é parece que este foi o ano da Ribeira, terá sido por ter vindo para cá morar ou ter cá muita familia?
Em Real de facto não me lembro de nenhuma obra que esteja de facto feito ou pelo menos iniciada!

Bom esperem pelo próximo número do Penalva Hoje que deverá sair alguns meses antes das próximas eleições para verem o que a câmara tem feito.

Claro está que este "post" não é exaustivo. é só lembranças... Quem souber de obras refira-as nos seus comentários.

Ah. Se alguém de Real ou Quintela ler este "post" poderá sempre avaliar as obras feitas e dar sugestões.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Ecopontos em Penalva do Castelo

Ecopontos em Penalva do Castelo

Hoje de manhã como é hábito liguei a televisão para ver as primeiras noticias do dia e pelo meio vi um programa da Sociedade Ponto Verde sobre a recolha selectiva de Residuos Sólidos Urbanos (RSU).
Lembrei-me logo do único ecoponto que existe na minha freguesia e que está sempre cheio, pois é daqueles pequeninos e está estrategicamente colocado em frente a um café, que como é natural produz muitos RSU recicláveis.
Fui ao sitio na Internet do EcoBeirão (Associação Municipio do Planalto Beirão), entidade responsável pela recolha selectiva e comparar o concelho de Penalva do Castelo com os outros concelhos do Dão (aqueles que até estão agrupados numa associação, a Associação de Desenvolvimento do Dão).

Fonte: http://www.amr-planaltobeirao.pt

Os números não podiam ser mais desanimadores. O concelho de Penalva do Castelo é aquele que maior número de habitantes tem por ecoponto, 346,5, e um dos que tem menor número de ecopontos por freguesia, apenas ultrapassado por Aguiar da Beira.

Se compararmos Penalva do Castelo com o Sátão, que tem menos uma freguesia, notamos logo a diferença, pois este concelho tem 4,5 ecopontos por freguesia. Podem dizer que tem mais população, OK. Então vamos aplicar ao Sátão a média de Penalva do Castelo (1 ecop./346,5 hab.) e o número que obtemos é 38 ecopontos para 13136 habitantes.

Se aplicarmos as médias de Penalva do Castelo, de 1 ecop./346,5 hab. e 2 ecop./freg., teriamos os seguintes resultados:


Como podemos ver todos os concelhos iam menos ecopontos, à excepção de Aguiar da Beira no caso da aplicação da média de 2 ecop./freg. Mas vejamos queo factor que mais contribui para a produção de RSU recicláveis é o número de habitantes e não o de freguesias.

Assim, uma pergunta me surge: Porque não existem mais ecopontos no concelho de Penalva do Caselo? Será desinteresse da Câmara Municipal?

Vejamos um caso concreto que aconteceu em Real. O Grupo da CDU na Assembleia de Freguesia decidiu solicitar à Câmara Municipal de Penalva do Castelo a instalação de mais ecopontos, que respondeu não ser da sua competência mas sim do Planalto Beirão, que por sua vez respondeu que deveria a Câmara Municipal indicar a localização dos ecopontos. Voltando a solicita à Câmara Municipal que indicasse a localização por nós sugerida ao Planalto Beirão não obteve este Grupo qualquer resposta da Câmara Municipal.

Ribeira, 20 de Outubro de 2006

sábado, 30 de setembro de 2006

Ribeira 30 de Setembro de 2006

Tópico: Património Cultural nos Diagnósticos Sociais das Redes Sociais municipais

Esta semana foi a uma entrevista para um concurso de Técnico Superior de História de uma autarquia. No final da entrevista questionei o júri do porquê do ingresso de mais TSH. Ao que me foi respondido que era para exercer funções no âmbito da Divisão da Acção Social na sequência do Diagnóstico social onde o Património Cultural quer material quer imaterial foi considerado como um dos recursos mais importantes daquele concelho.
Lembrei-me logo do Pré-Diagnóstico de Mangualde no qual colaborei na parte do Património Cultural. Já aí referia que "Este tipo de património cultural [material] é também um factor de suporte social, pois qualquer sociedade mantém uma relação estreita com as referências do passado que vão sustentando o seu quotidiano.
Numa Rede Social o património cultural deve ser encarado nestas duas perspectivas, como factor de desenvolvimento social, por um lado, e como factor de suporte social, por outro
."
Apesar disso na conclusão final, o seu autor apenas refere que "Turisticamente, o Concelho caracteriza-se por possuir um património histórico/arqueológico muito rico", como se o Património Cultural apenas tivesse importância para o Turismo. No Guia de Recursos recentemente editado ele nem sequer lá consta.
Olhando agora para o outro lado do Rio Ludares, fomos ver o papel do Património Cultural no Pré-diagnóstico Social de Penalva do Castelo. Aqui o Património Cultural nem sequer consta! NO Diagnóstico Social consta na parte do Turismo numa simples listagem, onde se descreve apenas os imóveis classificados, mas não se analisa o seu potencial e a forma como podem ser usufruídos pela população.
O Património Cultural, tanto material como imaterial, não interessa apenas do ponto de vista do Turismo, ele é parte integrante da comunidade humana em que se insere e como tal deve ser também encarado como um recurso que deve ser valorizado do ponto de vista social.
Quando mudaremos a nossa visão sobre o Património Cultural!

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Ribeira, 25 Setembro 2006

Tópicos: Castro da Paramuna e Castro do Bom Sucesso

Neste fim de semana em que se realizaram as Jornadas Europeias do Património trago-vos dois monumentos mais ou menos da mesma idade dos dois concelhos, que ando neste momento a trabalhar.


Castro da Paramuna
Situado na Serra do mesmo nome na freguesia de Esmolfe, concelho de Penalva do Castelo.
Teve ocupação no Bronze Final e na Idade do Ferra. Apresenta ainda vestigios de duas linhas de muralhas.
Nunca foi intervencionado.
Aguarda que a Câmara Municipal de Penalva do Castelo abra o processo de eventual classificação como Interese Municipal, como em 1998 solicitou ao IPPAR.


Castro do Bom Sucesso
Situado na serra do mesmo nome, freguesia de Chãs de Tavares, concelho de Mangualde.
Teve ocupação desde o Bronze Final até à Idade Média.
Foi intervencionado por Alberto Osório de Castro e Leite de Vasconcellos, inicios do séc. XX, e mais recentemente apenas se registou recolha de materiais por diversos arqueólogos.
Encontra-se classificado como Monumento Nacional.

Ambos sítios, apesar do seu potencial arqueológico, não são visitáveis, pois não têm estruturas de interpretação. Quem lá for dificilmente consegue percepcionar a realidade arqueológica ali presente na sua totalidade.

No entanto como sítio natural é visitável e aí se poderá desfrutar de uma bela vista.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Lisboa, 22 de Setembro de 2006

Hoje estou na Biblioteca Nacional a continuar a minha investigação para a dissertação de Mestrado. Ao consultar o Mangual boletim informativo que a Escola Secundária Felismina Alcântara, na altura de Mangualde, publicava.
No n.º 1 de 1990 encontrei um artigo interessante do Dr. Alexandre Alves em que ele traça a história da Feira em Mangualde.

Diz ele logo a abrir que foi “A pedido da Câmara concelhia, [que] o Príncipe D. Pedro (futuro Rei D. Pedro II), ‘Regente e Governador dos Reinos de Portugal e dos Algarves”, por alvará expedido de Lisboa, em 16 de Dezembro de 1681, concedia licença para que em Mangualde se fizesse uma feira anual em dia de S. Julião (9 de Janeiro), orago da Freguesia, e um mercado mensal, junto da Igreja Matriz, nos arrabaldes da Vila.”
Ao ler este artigo lembrei-me logo do que se escreveu sobre a Feira Medieval de Mangualde e o seu rigor histórico.
Se aliarmos este artigo do Dr. Alexandre Alves ao facto de nos forais de Zurara nunca aparecer referida uma feira, e ao facto de a Prof.ª Virginia Rau no seu estudo sobre as Feiras Medievais não referir Azurara, chegamos facilmente à conclusão de que é descabido fazer uma Feira Medieval em Mangualde, ainda para mais invocando figuras históricas que trouxeram o foral até estas terras, entre 1109 e 1112.

Seria preferivel recriar apenas a vinda dos tais cavaleiros com o foral e/ou um "scriptorium" medieval onde se demonstra-se como era a escrita naquela época. Esta segunda hipótese é bastante barata de se concretizar, cerca de 100 contos em moeda antiga ou nem isso. E apenas o material de escrita não poderia ser utilizado em anos seguintes. Todo o scriptorium e vestes do escriba seriam reutilizáveis. Era uma forma de propocionar aos nossos estudantes uma verdadeira aula viva de história.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Lisboa, 20 de Setembro 2006

Tópico: Jornadas Europeias do Património II

Foi hoje divulgado o programa no site da
CMM. Um pouco mais desenvolvido e diferente daquele que foi divulgado pelo IPPAR e que eu já aqui divulguei também.

Os bombos parece que foram substituidos pela fanfarra dos BVM.
O teatro de rua e os contadores de histórias não são referidos!

A confereência sobre a importância da familia na transmissão de valores foi substituida por outra com o tema "O PAtrimónio somos nós" e serão conferencistas Dr.ª Cândida Alves e Dr.ª Sónia Cravo.

A Actuação de um grupo de cantares da região no dia 23 foi substituida pela actuação do grupo pop rock "UMEED", que com certeza devem fazer parte do património do nosso concelho...

Se no programa divulgado pelo IPPAR já o património tinha fica um pouco de lado neste o panorama não mudou muito.
Tenho pena de não poder estar nas conferências, mas espero depois ouvir ecos.
Já agora, alguém satisfaz a minha ignorância e curiosidade? Quem são as conferencistas? É que o nome da segunda não me é estranho...

Nota Final: não tenho escrito porque tenho estado pela capital aqui o acesso à net não é tão fácil.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Ribeira, 12 de Setembro de 2006


Tópicos: Colocar novo ao lado ou sobre o velho?

Hoje fui de tarde a dois sítios o velho deu lugar ao novo de formas distintas.
1º estive em Alcafache, onde a antiga calçada romana foi totalmente arrancada para dar lugar ao saneamento. Apesar dos avisos do Instituto Português de Arqueologia a dona da obra (CMM) nada fez. E assim se colocou o novo sobre o velho.
Depois fui a Gandufe, ao Tinto. Onde uma Ponte dita romana foi substituida por outra mais larga. Mas aqui colocou-se a nova ponte ao lado da velha, preservando assim a velha ponte que ainda hoje pude observar. segue a foto.

É uma chatice a preservação do património arqueológico, está sempre onde não deve estar! É sempre mais fácil deitar a baixo e ocultar o que se acha! E depois lá vem o IPA e o IPPAR e mais os arqueólogos que os engenheiros tanto gostam. E a obra para e arranca, para e arranca ao sabor da vontade dos arqueólogos, já viram o aborrecimento!

E o aborrecimento que será quando daqui a uns anos continuarmos com as mesmas dúvidas sobre o nosso passado que já os nossos antepassados tinham, porque não encontramos os vestigios que nos elucidem!

A preservação do património arqueológico é um imperativo lega, mas também um imperativo de cidadania e de respeito pelos nossos antepassados!

Cuidemos do nosso património arqueológico!!!

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Ribeira, 11 de Setembro de 2006

Tópico: Jornadas Europeias do Património

Hoje encontrei no site do IPPAR o programa das JEP e pude constatar que Mangualde pela primeira vez ia participar! Todo contente e curioso por saber o programa lá fui ler... pura desilusão! Vejamos:

Largo Dr. Couto- Edifício da Câmara Municipal: Animação de rua - arruada com bombos
22 Set. 21h30 24 Set. 15h público alvo: público em geral
Largo Dr. Couto- Edifício da Câmara Municipal: Contadores de histórias: 24 Set. 16h público alvo: público em geral
Largo Dr. Couto- Edifício da Câmara Municipal: Actuação de um rancho fólclorico da região
24 Set. 17h30 público alvo: público em geral
Auditório da Câmara Municipal: Conferências sobre a importância da família na transmissão de valores
23 Set. 15h público alvo: público em geral
Igreja da Misericórdia: Teatro de rua - representação de uma lenda da região
23 Set. 21h público alvo: público em geral
Igreja da Misericórdia: Actuação de um grupo de cantares da região
23 Set. 21h30 público alvo: público em geral

Como podemos ver o Património ficou um pouco a Leste deste programa, a não se que queiram contentar as pessoas com uma observação da Igreja da Misericórdia e dos Paços do Concelho. Para isso não são preciso as JEP.
Além disso mais uma vez o vazio da programação: um grupo de cantares, uma lenda, um rancho. Quais? Eu para ir a algo gosto de saber o que ver!
E o que dizer sobre as conferências? Que belo tema? Parece que veio directo de Saragoça para cá? Quais os conferêncistas?
Bem esperemos que o sitio na Internet da CMM nos elucide mais sobre este programa!
Seja como for, vou optar por ir dar um pulo ao Carregal do Sal de manhã e a Fornos Algodres de tarde, no dia 23, para ver se aprendo alguma coisa.
O tema deste ano é "O Património... somos nós!". Deveria haver no programa acções de sensibilização para o património concelhio, sobre a identidade cultural do concelho, actividades concretas para as crianças e jovens e para as familias. Deveria ser um despertar de consciências.
Mais uma vez Penalva do Castelo não participa neste evento.

Ah! Só por curiosidade! No ano passado, cujo tema era "A Música que (en)canta e o Património" foi-me pedida opinião pelo presidente da Câmara de Mangualde sobre este evento, tendo eu sugerido a realização de um concerto com uma banda no claustro de Maceira Dão e a representação de uma dramatização no castro do bom sucesso, que envolvesse o próprio castro. Propunha, também, que fossem convidadas uma banda e um grupo cénico do concelho, devendo a organização do evento ficar a cargo do Pelouro da Cultura. Não sei porquê, mas nada se fez!
Terá o Sr. Vereador da Cultura não gostado que o arqueólogo avençado da Câmara lhe desse sugestões?
Ou será que nem lhe chegou a nossa proposta?

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Ribeira, 10 de Setembro de 2006

Tópicos: Sinalização dos Sítios Arqueológicos

Ontem fui à Anta do Penedo Com, sobre a qual o meu amigo Tavares já falou no seu blog. O acesso faz-se agora por uma estrada alcatroada que sai do Campo de St.º Ildefonso e se dirige par a Quinta do Valamoso. Encontramos placas indicativa na Estrada Municipal que liga Esmolfe a Sezures e onde começa esta estrada alcatroada, mas depois até à Anta temos dois cruzamentos onde apenas se vê os postes onde outrora existiram placas. Para complicar a vida ao visitante, no segundo cruzamento não para seguir a estrada de alcatrão, mas sim um caminho de terra batida.
Este episódio fez-me lembrar as ruínas da Raposeira em Mangualde, cuja sinalização também é deficiente. Quem vem da A25 encontra uma placa a indicar as ruínas no sentido da Av. Da Sr.ª do Castelo, mas depois não encontra mais nenhuma placa, pois a que existia junto das ruínas foi retirada quando fizeram a rotunda.
Dois exemplos claros da falta de manutenção da sinalização dos sítios arqueológicos. Na maioria das vezes coloca-se a sinalização, até com apoios comunitários ou de outras instituições, mas depois não se procede à sua manutenção. Assim, andam muitas vezes os turistas “à nora” à procura dos sítios para visitar.

sábado, 9 de setembro de 2006

Ribeira, 08 de Setembro de 2006

Tópicos: Arquivos Municipais

Há uns anos o Ministério da Cultura decidiu lançar o PARAM – Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais, de forma a apoiar as Câmaras Municipais na constituição dos seus arquivos.
A Câmara Municipal de Penalva do Castelo em boa hora decidiu candidatar-se a este programa, tendo já instalado o seu arquivo municipal na cave dos Paços do Concelho e o seu regulamento publicado no Diário da República de 29 de Novembro de 2004. Contudo, não tem ainda pessoal habilitado para o seu funcionamento pleno. Tem a Câmara Municipal apenas um Técnico Profissional de Biblioteca e Documentação que surgiu recentemente num jornal regional como Assessor de Imprensa. Quando o contrato com o IAN/TT e o próprio regulamento preveêm pessoal técnico superior e técnico profissional na área de Arquivo. Assim, torna-se dificil o acesso à documentação, apesar do inventário elaborado por Anisio Saraiva e Maria Helena Cruz Coelho, da Universidade de Coimbra, como já ocorreu há uns anos connosco próprio.
Em Mangualde Arquivo Municipal só mesmo nas promessas eleitorais das várias candidaturas. Existe um serviço de arquivo sem ninguém com formação superior na área de Arquivo, onde o trabalho desenvolvido baseia-se no voluntarismo e no conhecimento adquirido em áreas afins (como sejam a microfilmagem) do seu responsável.

Urge dar vida ao Arquivo Municipal de Penalva do Castelo, colocando-o à disposição de todos e justicando o investimento ali efectuado com dinheiros públicos.Em Mangualde urge de uma vez por todos avançar com o processo de constituição de um Arquivo Municipal, aproveitando o apoio do PARAM, enquanto ele existe. Mas para já podia-se fazer como ocorreu em Penalva do Castelo e recorrer a Técnicos Superiores de Arquivos para a elaboração de um inventário da documentação existente.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Abrunhosa, Sátão, 07 de Setembro de 2006

Tópicos: Cinema e Património Religiosos

Escrevo este "post" durante a apresentação do Livro da Professora Fátima Eusébio sobre a Igreja de N.ª Sr.ª da Esperança em Abrunhosa, S. Miguel de Vila Boa, que se está a realizar no Cine-Teatro do Sátão.

Mal cheguei a este espaço pude logo verificar que no concelho vizinho do Sátão passa todas as semanas um filme diferente e que este há pouco ou ainda está nas salas de cinema. Lembrei-me logo da recente iniciativa da Câmara de Penalva que há uns meses exibiu filmes de excelente qualidade no auditório da sede da Banda de Penalva. Tendo anunciado com a devida antecedência e publicitado convenientemente os filmes que iam ser exibidos. Como me lembrei da mais recente ainda experiência da Câmara de Mangualde que exibiu dois filmes, cujos nomes ainda hoje não sei qual foram, e cuja divulgação ocorreu em cima do acontecimento.
Para quando cinema em Mangualde e em Penalva com regularidade?
Para não falar na saga em torno do Cine-Teatro de Mangualde?

Mas falemos agora da capela da Sr.ª da Esperança que se trata de um exemplar único na nossa diocese e que merece uma visita. Com o lançamento deste livro saliento alguns aspectos:
1 - A perspicácia em se apoiar investigadores com provas dadas para elaborarem trabalhos sobre o património do concelho. este foi o primeiro, mas mais reptos foram feitos pela Câmara do Sátão à Dr.ª Fátima Eusébio.
2 - O apoio da Câmara Municipal a este projecto, como também a outro que está a decorrer na área da arqueologia aproveitanto o conhecimento do terreno por parte de um arqueólogo do concelho.
3 - A morosidade do processo de intervenção por parte da DGEMN e do IPPAR nos pequenos imóveis. Esperemos que avance o mais rápido possível o processo de recuperação e valorização deste imóvel.
4 - A importância que teve a irmandade para que a igreja nos chegasse até hoje como está. Nada foi alterado, ou melhor quase nada. O que foi, foi-o devido às alterações do vaticano II e pouco se notam. Quantas igrejas não perderam o seu valor pelas obras levadas a cabo pelos seus administradores??? Vejamos os exemplos que existem em Mangualde e em Penalva.

Por fim rendo aqui a minha homenagem à Fátima Eusébio pelo trabalho desenvolvido em defesa do património artistico da diocese, pelo trabalho académico desenvolvido e pelo apoio que me tem sempre prestado, nunca rejeitando uma sugestão, uma correcção ou um comentário de quem ainda tem muito caminho para trilhar.

Poderão ver informações sobre a Capela em: http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B.aspx
Pesquisar a freguesia de S. Miguel de Vila Boa no concelho do Sátão Distrito de Viseu.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Coimbra, 06 de Setembro de 2006

Hoje não escrevo nada, amanhã voltarei!

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Lisboa, 05 de Setembro de 2006

Tópicos: Classificação de Património Cultural: o papel das autarquias

Uma das formas de salvaguarda do património cultural é a sua classificação. Segundo a legislação em vigor (Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro) existem três graus de classificação: MN – Monumento Nacional; IP – Interesse Público e IM – Interesse Municipal.
Desde a entrada em vigor da Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, que cabe às autarquias locais a classificação de imóveis, sitios ou conjuntos como de interesse municipal.
Um processo simples, que se consegue concluir no prazo de um ano, como a Lei determina.
Na classificação deverá ter-se em conta um ou mais destes itens:
a) O carácter matricial do bem;
b) O génio do respectivo criador;
c) O interesse do bem como testemunho simbólico ou religioso;
d) O interesse do bem como testemunho notável de vivências ou factos históricos;
e) O valor estético, técnico ou material intrínseco do bem;
f) A concepção arquitectónica, urbanística e paisagística;
g) A extensão do bem e o que nela se reflecte do ponto de vista da memória colectiva;
h) A importância do bem do ponto de vista da investigação histórica ou científica;
i) As circunstâncias susceptíveis de acarretarem diminuição ou perda da perenidade ou da integridade do bem.

Os bens em vias de classificação e depois, se forem classificados, ficam sujeitos a diversas imposições legais com vista à sua salvaguarda.

Hoje em dia pela facilidade na instrução e abertura de um processo de eventual classificação como de interesse municipal este torna-se o instrumento mais expedito e eficaz na salvaguarda do património cultural. No entanto, as Câmaras Municipais pouco têm recorrido a ele. Preferem lamentar-se da morosidade do IPPAR e ver o património a destruir-se, ou não andamento aos processos cuja abertura foi requerida pela sociedade civil.

Como é que se justifica que um requerimento de abertura do processo de eventual classificação das “Casas de Canelas”, séc. XV-XIV, que deu entrada em Maio ainda não tenha tido qualquer resposta? Do que se está à espera para a abertura do processo? Da alienação dos imóveis e sua destruição?
Outro caso gritante é o da Fonte dos Linhares, também de Quintela de Azurara, cuja abertura do processo ocorreu há mais de um ano e até ao momento não houve qualquer decisão. Estará a Câmara à espera que proprietário denuncie a mora e depois consiga os seus intentos de transferir a fonte para outro concelho?

E em Penalva do Castelo, do que está à espera para salvaguardar o património cultural requerendo a abertura de processos de eventual classificação? Que desapareça o património que existe classificável? Já o PDM que é dos primeiros em Portugal previa a eventual classificação de inúmeros imóveis, sitios e conjuntos!!!
Já que as Câmara Municipais gostam pouco de ter este tipo de iniciativa para não colocar entraves à expansão urbanística, ao menos que se dê cumprimento à Lei e resposta aos requerimentos da sociedade civil.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Lisboa, 04 de Setembro de 2006

Tópicos: Promoção Turistica de Penalva do Castelo e Mangualde

A promoção turística em Penalva do Castelo quase que se resume a zero. Sem posto de turismo, sem divulgação, sem sítios visitáveis e com condições de interpretação, com poucas unidades hoteleiras. Urge estudar as potencialidades do concelho e criar condições para uma promoção turística do concelho.

No que diz respeito a Mangualde, tem sido feito algum investimento, até porque as condições são outras. Apesar de tudo, dispões de um posto de turismo de alguns sitio visitáveis, e algumas unidades hoteleiras. No entanto o que temos para oferecer aos turistas? Quase nada!
Pode-se ler na página da CMM que o respectivo serviço de Turismo empreendeu este ano duas acções de promoção em duas feiras de Turismo (BTL em Lisboa e FITUR em Madrid). Estas acções até podem ter sido importantes para captar turistas para o concelho, mas penso que foi como que começar a construir a casa pelo telhado.
A primeira preocupação do Serviço de Turismo deve ser dotar o concelho de condições para que este possa ser visitável e percepcionado pelos visitantes. Está-se a gastar dinheiro em algo que não se traduz depois na satisfação de quem nos visita. É como convidar os amigos para visitar a nossa casa nova e depois nem termos uma cadeira para se sentarem.
Há que ir para o terreno, sair do gabinete e estudar a realidade que existe, planear uma verdadeira estratégia de promoção turística do concelho. Uma Câmara que tem, ou tinha em Março deste ano, como colaboradores, pelo menos, três pessoas com formação superior em Turismo, para não falar na Técnica Superior de Turismo que se encontra destacada no Gabinete de Apoio à Presidência, devia já ter apostado num plano municipal de promoção turística e não em acções pontuais que pouco dignificam o concelho.

Tanto num como noutro concelho existem condições favoráveis para esta promoção. O potencial está lá todo, é necessário é criar condições para que o turista o possa usufruir.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Ribeira, 03 de Setembro 2006

Hoje estou feliz por dois amigos que decidiram assumir um compromisso sério para toda a vida.
Um decidiu ser sacerdote e foi ordenado prebítero, a outra decidiu ser religiosa hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus e celebrou ontém a sua profissão perpetua.
Estes dois acontecimentos fez-me pensar um pouco na condição de cristão, nomeadamente católicos romanos.
Toda a a gente estava contente com a cerimónia e com a opção que um deles tinha feito. Tudo é muito bonito quando são os outros a assumirem o compromisso, mas questionados sobre a sua vivência cristã perdem-se em rodeios.
O compromisso cristão não pode ser um exclusivo dos religiosos e dos clérigos, é um exclusivo de todos nós que nos assumimos como tal.
Não podemos viver apenas o nosso compromisso nos 45 minutos que dura a eucaristia dominical, ou quando nos lembramos de contrair matrimónio ou de enterrar um ente querido, ou ainda quando os nossos filhos andam na catequese.
O compromisso é para toda a vida e para ser vivido no quotidiano, não como um porta-estandarte, mas sim como algo intrinseco à nossa maneira de viver. O ser cristão não nos torna melhores ou piores que os outros, nem nos torna diferentes, torna-nos sim nós próprios quando é um compromisso assumido em plena consciência.
Deixo-vos por fim um frase de S. João de Deus, o pai da Familia Hospitaleira onde eu e os meus amigos nos inserimos. "Fazei o Bem, irmãos"
É pequena e simples, mas nem por isso fácil de colocar em prática no dia a dia.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Ribeira, 31 de Agosto de 2006

Tópicos: Muralha Romana de Viseu: Como se gasta dinheiro para não se ver nada!

Hoje não vos falo das terras de Mangualde ou de Penalva, mas sim da cidade de Viseu onde hoje estive a trabalhar.
Aproveitando o facto de estar a trabalhar no Arquivo Distrital de Viseu, à St.ª Cristina, aproveitei a hora de almoço para ir ver a muralha romana, cuja musealização foi recentemente inaugurada.
Decepção total! Não consegui ver nada.
Depois de tanta polémica sobre o futuro do achado arqueológico, de tanto dinheiro investido, e neste caso gasto, apresenta-se uma solução onde o visitante tem que fazer um esforço para ver qualquer coisinha.
O problema reside no facto de terem colocado um dispositivo anti-derrapante sobre o vidro tão basto que conjugado com o reflexo dos prédios não deixa descortinar a muralha na sua plenitude.
Resta-me a consolação de a ter visualizado a quando da sua descoberta.
Se quiser ir ver a muralha romana talvez seja melhor ir de noite, talvez se consiga ver melhor, com a luz artificial que foi colocada.
Em vez do anti-derrapante mais valia terem colocado um dispositivo simples de protecção à volta da superfície de vidro de forma que as pessoas não transitassem sobre esta. Assim, talvez se conseguisse ver mais alguma coisinha, mesmo com o reflexo dos edifícios.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Ribeira, 30 de Agosto de 2006

Tópicos: Romanos em Quintela de Azurara; Judeus em Real?

Hoje por questões de saúde não trabalhei e tendo a tarde mais vaga decidi rever dois elementos patrimoniais de duas freguesias em que tenho trabalhado.

Romanos em Quintela de Azurara
Quintela de Azurara possui diversos vestígios da ocupação romana (veja-se
http://quinteladeazurara.no.sapo.pt/vestrom.html) que indicam a possível existência de um vicus (uma pequena aldeia) naquela época. Hoje voltei a observar uma área que foi identificada durante o inventário dos bens culturais da igreja paroquial em 2004. Trata-se de uma ara dedicada a IOM (Iupiter Optimo Maximo) o deus dos deuses romanos, por um tal de Asbinus ou Alcbinus e aqui é que está o cerne da questão. Pois não se consegue ler bem o nome e quer uma ou outra solução não tem paralelo. Bem tentei hoje descurtinar mais alguma coisa mas não consegui.
Fotografia em:
http://quinteladeazurara.no.sapo.pt/vestrom.html

Judeus em Real?
Na parede da futura Casa de Apoio Social encontram-se duas gravuras rupestres que me despertaram a atenção depois de ter visto um “post” de 06-03-2006 no blog “Judeus em Fornos de Algodres” (
http://judeusterrasdealgodres.blogspot.com). Noutras casas da aldeia de Real encontram-se algumas outras gravuras rupestres com cruciformes (símbolos em forma de cruz) e até pinturas destes símbolos em utensílios agrícolas. Apesar da nossa formação em Arqueologia, não nos aventuramos a indicar uma cronologia ou uma origem e funcionalidades concretas para este tipo de vestígios arqueológicos.
Fotografia em:
http://cduemreal.no.sapo.pt/terra.html

Estes dois elementos patrimoniais têm um aspecto em comum, foram alvo da ignorância dos seus proprietários que os colocaram em situações precárias.
No primeiro caso, esta ara foi encontrada a servir de base a um arranjo de flores na tribuna do altar-mor com cimento como marca das últimas obras na igreja, durante as quais foi encontrada.
No segundo caso, as gravuras estavam numa casa velha e foram agora embutidas na fachada da futura “Casa de Apoio Social”, onde estão à mercê dos agentes climáticos.
Como prevenir estas situações?
Primeiro de tudo através de acções consertadas de levantamento e inventário do património cultural e, simultaneamente, de sensibilização da população para a preservação do seu património!
Depois pelo cumprimento da Lei pelos responsáveis autárquicos. A Lei n.º 159/99, de 11 de Setembro e a Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro empurrou para as autarquias locais um papel importante na salvaguarda do património cultural não classificado ou classificado como de Interesse Municipal, no entanto poucos têm sido os investimentos por parte das autarquias nesta área. Ou então são investimentos pontuais neste ou naquele monumento, nesta ou naquela acção dispersas no espaço e no tempo que não constituem uma política integrada e concertada de salvaguarda do património cultural.
Esperemos que a regulamentação da Lei n.º 107/2001 e a nova lei de competências das autarquias locais venha dar um novo fôlego às autarquias locais com o apoio do Estado.
Se existe um programa chamado “Rede Social”, que fez brotar nos concelhos as “Redes Sociais” ou o das Florestas, que fez brotar os Gabinetes Técnicos Florestais, porque não existir um programa semelhante para o Património Cultural que fizesse brotar “Gabinetes Técnicos de Património Cultural”. Um GTPC bem apetrechado e com mobilidade e financiamento autónomos e com quatro técnicos a tempo inteiro (arqueólogo, historiador de arte, arquitecto e arquivista, com formação base em história) e apoio administrativo adequado conseguia num horizonte temporal de 4 anos implementar uma eficiente política de salvaguarda do património cultural quer no caso do concelho de Mangualde, quer no de Penalva do Castelo.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Ribeira, 29 de Agosto de 2006

Tópicos: Noites de Cinema em Mangualde; Sítio na Internet da C. M. De Penalva do Castelo: para quando?

Noites de Cinema em Mangualde
Soube hoje, ao almoço, pelo meu pai que iria haver cinema em Mangualde promovido pela Câmara Municipal. Comentei, logo, estranhar o facto de não vir nada referido no sítio da Internet da CMM.
De tarde ao deslocar-me à Biblioteca Municipal e outros sítios de Mangualde, vejo afixados em vários locais os cartazes. Pensei, bem vamos ver que filmes vão ser exibidos para ver se vale a pena vir cá! Mas qual foi o meu espanto, quando não consegui descortinar naqueles escuros folhetos o nome dos filmes a exibir!!!
Será que a CMM pensa que os mangualdenses estão tão sedentos de cinema que o que interessa é haver cinema e não os filmes que vão ser exibidos?
Terá sido esta iniciativa uma contra-resposta à resposta dos entrevistados do último boletim que se queixavam da falta de cinema em Mangualde?
Porque não exibir cinema à 6ª feira ou sábado à noite? É que amanhã e depois é dia de “pica boi”!!!

Sítio na Internet da C. M. De Penalva do Castelo: para quando?
A CMPCT tem modificado a página de abertura do seu sítio, mas nunca mais coloca todo o sítio à disposição da população. Houve uma altura, em que pelo Google se conseguia aceder ao interior do sítio onde podíamos encontrar diversa informação sobre o concelho e a Câmara Municipal. Agora nem isso.
Deparamo-nos com uma página de mera propaganda do diversos eventos promovidos pela Câmara Municipal, mais nada!
Mas podia colocar aqui outros eventos importantes para a população. Como seja a consulta pública que está a decorrer sobre o Projecto de Regulamento de Apoio de Apoio Social à família carenciadas do Município de PCT; os editais de convocatória para as sessões da Assembleia Municipal, as datas das Reuniões Públicas da Câmara Municipal, as suas deliberações, e outras informações importantes para a participação da população e transparência dos actos da Câmara.
Quererá a Câmara Municipal fechar-se no seu “palácio” e apenas dar “pão e circo” para ir entretendo a população?

É que até as noticias ali colocadas pouco dizem. Vejamos a noticia sobre o novo local da feira, quem a lê fica sem saber onde é o local. Também há as noticias em que se agradece a determinados funcionários pelo empenho na realização de determinada actividade, como seja a Juventude Activa. Então os funcionários não são remunerados para fazerem o seu trabalho, não é isso que lhes compete? Bem, a um Técnico Profissional de Biblioteca e Documentação não deveria caber a organização deste tipo de actividades, mas isso é outra história.

Olhando da Ribeira.

Ribeira é uma pequena aldeia da freguesia de Real, concelho de Penalva do Castelo e distrito de Viseu, Portugal. Aldeia onde nasceram e viveram os meus antepassados e onde eu decidi assentar arrais depois de concluir a minha licenciatura.
Daqui, cada vez mais, vou olhando as terras de Penalva e as de Mangualde quase sempre separadas pelo rio Ludares, excepto na Ribeira e em Sandiães, freguesia de Castelo de Penalva. Dizem que uma foi vendida por um burro e outra por um cavalo. Claro que creio que a Ribeira foi vendida por um cavalo!!!
Aqui, neste blog, irei escrever o que vou olhando de um lado e do outro do Rio Ludares. Também escreverei sobre o que for olhando um pouco mais além.
É meu desejo que este espaço seja um lugar de partilha do que penso em cada dia. Por isso cada post poderá conter mais que um tema.
Ribeira, 29 de Agosto de 2006
Pedro Pina Nóbrega
http://pedropinanobrega.no.sapo.pt