sábado, 30 de setembro de 2006

Ribeira 30 de Setembro de 2006

Tópico: Património Cultural nos Diagnósticos Sociais das Redes Sociais municipais

Esta semana foi a uma entrevista para um concurso de Técnico Superior de História de uma autarquia. No final da entrevista questionei o júri do porquê do ingresso de mais TSH. Ao que me foi respondido que era para exercer funções no âmbito da Divisão da Acção Social na sequência do Diagnóstico social onde o Património Cultural quer material quer imaterial foi considerado como um dos recursos mais importantes daquele concelho.
Lembrei-me logo do Pré-Diagnóstico de Mangualde no qual colaborei na parte do Património Cultural. Já aí referia que "Este tipo de património cultural [material] é também um factor de suporte social, pois qualquer sociedade mantém uma relação estreita com as referências do passado que vão sustentando o seu quotidiano.
Numa Rede Social o património cultural deve ser encarado nestas duas perspectivas, como factor de desenvolvimento social, por um lado, e como factor de suporte social, por outro
."
Apesar disso na conclusão final, o seu autor apenas refere que "Turisticamente, o Concelho caracteriza-se por possuir um património histórico/arqueológico muito rico", como se o Património Cultural apenas tivesse importância para o Turismo. No Guia de Recursos recentemente editado ele nem sequer lá consta.
Olhando agora para o outro lado do Rio Ludares, fomos ver o papel do Património Cultural no Pré-diagnóstico Social de Penalva do Castelo. Aqui o Património Cultural nem sequer consta! NO Diagnóstico Social consta na parte do Turismo numa simples listagem, onde se descreve apenas os imóveis classificados, mas não se analisa o seu potencial e a forma como podem ser usufruídos pela população.
O Património Cultural, tanto material como imaterial, não interessa apenas do ponto de vista do Turismo, ele é parte integrante da comunidade humana em que se insere e como tal deve ser também encarado como um recurso que deve ser valorizado do ponto de vista social.
Quando mudaremos a nossa visão sobre o Património Cultural!

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Ribeira, 25 Setembro 2006

Tópicos: Castro da Paramuna e Castro do Bom Sucesso

Neste fim de semana em que se realizaram as Jornadas Europeias do Património trago-vos dois monumentos mais ou menos da mesma idade dos dois concelhos, que ando neste momento a trabalhar.


Castro da Paramuna
Situado na Serra do mesmo nome na freguesia de Esmolfe, concelho de Penalva do Castelo.
Teve ocupação no Bronze Final e na Idade do Ferra. Apresenta ainda vestigios de duas linhas de muralhas.
Nunca foi intervencionado.
Aguarda que a Câmara Municipal de Penalva do Castelo abra o processo de eventual classificação como Interese Municipal, como em 1998 solicitou ao IPPAR.


Castro do Bom Sucesso
Situado na serra do mesmo nome, freguesia de Chãs de Tavares, concelho de Mangualde.
Teve ocupação desde o Bronze Final até à Idade Média.
Foi intervencionado por Alberto Osório de Castro e Leite de Vasconcellos, inicios do séc. XX, e mais recentemente apenas se registou recolha de materiais por diversos arqueólogos.
Encontra-se classificado como Monumento Nacional.

Ambos sítios, apesar do seu potencial arqueológico, não são visitáveis, pois não têm estruturas de interpretação. Quem lá for dificilmente consegue percepcionar a realidade arqueológica ali presente na sua totalidade.

No entanto como sítio natural é visitável e aí se poderá desfrutar de uma bela vista.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Lisboa, 22 de Setembro de 2006

Hoje estou na Biblioteca Nacional a continuar a minha investigação para a dissertação de Mestrado. Ao consultar o Mangual boletim informativo que a Escola Secundária Felismina Alcântara, na altura de Mangualde, publicava.
No n.º 1 de 1990 encontrei um artigo interessante do Dr. Alexandre Alves em que ele traça a história da Feira em Mangualde.

Diz ele logo a abrir que foi “A pedido da Câmara concelhia, [que] o Príncipe D. Pedro (futuro Rei D. Pedro II), ‘Regente e Governador dos Reinos de Portugal e dos Algarves”, por alvará expedido de Lisboa, em 16 de Dezembro de 1681, concedia licença para que em Mangualde se fizesse uma feira anual em dia de S. Julião (9 de Janeiro), orago da Freguesia, e um mercado mensal, junto da Igreja Matriz, nos arrabaldes da Vila.”
Ao ler este artigo lembrei-me logo do que se escreveu sobre a Feira Medieval de Mangualde e o seu rigor histórico.
Se aliarmos este artigo do Dr. Alexandre Alves ao facto de nos forais de Zurara nunca aparecer referida uma feira, e ao facto de a Prof.ª Virginia Rau no seu estudo sobre as Feiras Medievais não referir Azurara, chegamos facilmente à conclusão de que é descabido fazer uma Feira Medieval em Mangualde, ainda para mais invocando figuras históricas que trouxeram o foral até estas terras, entre 1109 e 1112.

Seria preferivel recriar apenas a vinda dos tais cavaleiros com o foral e/ou um "scriptorium" medieval onde se demonstra-se como era a escrita naquela época. Esta segunda hipótese é bastante barata de se concretizar, cerca de 100 contos em moeda antiga ou nem isso. E apenas o material de escrita não poderia ser utilizado em anos seguintes. Todo o scriptorium e vestes do escriba seriam reutilizáveis. Era uma forma de propocionar aos nossos estudantes uma verdadeira aula viva de história.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Lisboa, 20 de Setembro 2006

Tópico: Jornadas Europeias do Património II

Foi hoje divulgado o programa no site da
CMM. Um pouco mais desenvolvido e diferente daquele que foi divulgado pelo IPPAR e que eu já aqui divulguei também.

Os bombos parece que foram substituidos pela fanfarra dos BVM.
O teatro de rua e os contadores de histórias não são referidos!

A confereência sobre a importância da familia na transmissão de valores foi substituida por outra com o tema "O PAtrimónio somos nós" e serão conferencistas Dr.ª Cândida Alves e Dr.ª Sónia Cravo.

A Actuação de um grupo de cantares da região no dia 23 foi substituida pela actuação do grupo pop rock "UMEED", que com certeza devem fazer parte do património do nosso concelho...

Se no programa divulgado pelo IPPAR já o património tinha fica um pouco de lado neste o panorama não mudou muito.
Tenho pena de não poder estar nas conferências, mas espero depois ouvir ecos.
Já agora, alguém satisfaz a minha ignorância e curiosidade? Quem são as conferencistas? É que o nome da segunda não me é estranho...

Nota Final: não tenho escrito porque tenho estado pela capital aqui o acesso à net não é tão fácil.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Ribeira, 12 de Setembro de 2006


Tópicos: Colocar novo ao lado ou sobre o velho?

Hoje fui de tarde a dois sítios o velho deu lugar ao novo de formas distintas.
1º estive em Alcafache, onde a antiga calçada romana foi totalmente arrancada para dar lugar ao saneamento. Apesar dos avisos do Instituto Português de Arqueologia a dona da obra (CMM) nada fez. E assim se colocou o novo sobre o velho.
Depois fui a Gandufe, ao Tinto. Onde uma Ponte dita romana foi substituida por outra mais larga. Mas aqui colocou-se a nova ponte ao lado da velha, preservando assim a velha ponte que ainda hoje pude observar. segue a foto.

É uma chatice a preservação do património arqueológico, está sempre onde não deve estar! É sempre mais fácil deitar a baixo e ocultar o que se acha! E depois lá vem o IPA e o IPPAR e mais os arqueólogos que os engenheiros tanto gostam. E a obra para e arranca, para e arranca ao sabor da vontade dos arqueólogos, já viram o aborrecimento!

E o aborrecimento que será quando daqui a uns anos continuarmos com as mesmas dúvidas sobre o nosso passado que já os nossos antepassados tinham, porque não encontramos os vestigios que nos elucidem!

A preservação do património arqueológico é um imperativo lega, mas também um imperativo de cidadania e de respeito pelos nossos antepassados!

Cuidemos do nosso património arqueológico!!!

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Ribeira, 11 de Setembro de 2006

Tópico: Jornadas Europeias do Património

Hoje encontrei no site do IPPAR o programa das JEP e pude constatar que Mangualde pela primeira vez ia participar! Todo contente e curioso por saber o programa lá fui ler... pura desilusão! Vejamos:

Largo Dr. Couto- Edifício da Câmara Municipal: Animação de rua - arruada com bombos
22 Set. 21h30 24 Set. 15h público alvo: público em geral
Largo Dr. Couto- Edifício da Câmara Municipal: Contadores de histórias: 24 Set. 16h público alvo: público em geral
Largo Dr. Couto- Edifício da Câmara Municipal: Actuação de um rancho fólclorico da região
24 Set. 17h30 público alvo: público em geral
Auditório da Câmara Municipal: Conferências sobre a importância da família na transmissão de valores
23 Set. 15h público alvo: público em geral
Igreja da Misericórdia: Teatro de rua - representação de uma lenda da região
23 Set. 21h público alvo: público em geral
Igreja da Misericórdia: Actuação de um grupo de cantares da região
23 Set. 21h30 público alvo: público em geral

Como podemos ver o Património ficou um pouco a Leste deste programa, a não se que queiram contentar as pessoas com uma observação da Igreja da Misericórdia e dos Paços do Concelho. Para isso não são preciso as JEP.
Além disso mais uma vez o vazio da programação: um grupo de cantares, uma lenda, um rancho. Quais? Eu para ir a algo gosto de saber o que ver!
E o que dizer sobre as conferências? Que belo tema? Parece que veio directo de Saragoça para cá? Quais os conferêncistas?
Bem esperemos que o sitio na Internet da CMM nos elucide mais sobre este programa!
Seja como for, vou optar por ir dar um pulo ao Carregal do Sal de manhã e a Fornos Algodres de tarde, no dia 23, para ver se aprendo alguma coisa.
O tema deste ano é "O Património... somos nós!". Deveria haver no programa acções de sensibilização para o património concelhio, sobre a identidade cultural do concelho, actividades concretas para as crianças e jovens e para as familias. Deveria ser um despertar de consciências.
Mais uma vez Penalva do Castelo não participa neste evento.

Ah! Só por curiosidade! No ano passado, cujo tema era "A Música que (en)canta e o Património" foi-me pedida opinião pelo presidente da Câmara de Mangualde sobre este evento, tendo eu sugerido a realização de um concerto com uma banda no claustro de Maceira Dão e a representação de uma dramatização no castro do bom sucesso, que envolvesse o próprio castro. Propunha, também, que fossem convidadas uma banda e um grupo cénico do concelho, devendo a organização do evento ficar a cargo do Pelouro da Cultura. Não sei porquê, mas nada se fez!
Terá o Sr. Vereador da Cultura não gostado que o arqueólogo avençado da Câmara lhe desse sugestões?
Ou será que nem lhe chegou a nossa proposta?

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Ribeira, 10 de Setembro de 2006

Tópicos: Sinalização dos Sítios Arqueológicos

Ontem fui à Anta do Penedo Com, sobre a qual o meu amigo Tavares já falou no seu blog. O acesso faz-se agora por uma estrada alcatroada que sai do Campo de St.º Ildefonso e se dirige par a Quinta do Valamoso. Encontramos placas indicativa na Estrada Municipal que liga Esmolfe a Sezures e onde começa esta estrada alcatroada, mas depois até à Anta temos dois cruzamentos onde apenas se vê os postes onde outrora existiram placas. Para complicar a vida ao visitante, no segundo cruzamento não para seguir a estrada de alcatrão, mas sim um caminho de terra batida.
Este episódio fez-me lembrar as ruínas da Raposeira em Mangualde, cuja sinalização também é deficiente. Quem vem da A25 encontra uma placa a indicar as ruínas no sentido da Av. Da Sr.ª do Castelo, mas depois não encontra mais nenhuma placa, pois a que existia junto das ruínas foi retirada quando fizeram a rotunda.
Dois exemplos claros da falta de manutenção da sinalização dos sítios arqueológicos. Na maioria das vezes coloca-se a sinalização, até com apoios comunitários ou de outras instituições, mas depois não se procede à sua manutenção. Assim, andam muitas vezes os turistas “à nora” à procura dos sítios para visitar.

sábado, 9 de setembro de 2006

Ribeira, 08 de Setembro de 2006

Tópicos: Arquivos Municipais

Há uns anos o Ministério da Cultura decidiu lançar o PARAM – Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais, de forma a apoiar as Câmaras Municipais na constituição dos seus arquivos.
A Câmara Municipal de Penalva do Castelo em boa hora decidiu candidatar-se a este programa, tendo já instalado o seu arquivo municipal na cave dos Paços do Concelho e o seu regulamento publicado no Diário da República de 29 de Novembro de 2004. Contudo, não tem ainda pessoal habilitado para o seu funcionamento pleno. Tem a Câmara Municipal apenas um Técnico Profissional de Biblioteca e Documentação que surgiu recentemente num jornal regional como Assessor de Imprensa. Quando o contrato com o IAN/TT e o próprio regulamento preveêm pessoal técnico superior e técnico profissional na área de Arquivo. Assim, torna-se dificil o acesso à documentação, apesar do inventário elaborado por Anisio Saraiva e Maria Helena Cruz Coelho, da Universidade de Coimbra, como já ocorreu há uns anos connosco próprio.
Em Mangualde Arquivo Municipal só mesmo nas promessas eleitorais das várias candidaturas. Existe um serviço de arquivo sem ninguém com formação superior na área de Arquivo, onde o trabalho desenvolvido baseia-se no voluntarismo e no conhecimento adquirido em áreas afins (como sejam a microfilmagem) do seu responsável.

Urge dar vida ao Arquivo Municipal de Penalva do Castelo, colocando-o à disposição de todos e justicando o investimento ali efectuado com dinheiros públicos.Em Mangualde urge de uma vez por todos avançar com o processo de constituição de um Arquivo Municipal, aproveitando o apoio do PARAM, enquanto ele existe. Mas para já podia-se fazer como ocorreu em Penalva do Castelo e recorrer a Técnicos Superiores de Arquivos para a elaboração de um inventário da documentação existente.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Abrunhosa, Sátão, 07 de Setembro de 2006

Tópicos: Cinema e Património Religiosos

Escrevo este "post" durante a apresentação do Livro da Professora Fátima Eusébio sobre a Igreja de N.ª Sr.ª da Esperança em Abrunhosa, S. Miguel de Vila Boa, que se está a realizar no Cine-Teatro do Sátão.

Mal cheguei a este espaço pude logo verificar que no concelho vizinho do Sátão passa todas as semanas um filme diferente e que este há pouco ou ainda está nas salas de cinema. Lembrei-me logo da recente iniciativa da Câmara de Penalva que há uns meses exibiu filmes de excelente qualidade no auditório da sede da Banda de Penalva. Tendo anunciado com a devida antecedência e publicitado convenientemente os filmes que iam ser exibidos. Como me lembrei da mais recente ainda experiência da Câmara de Mangualde que exibiu dois filmes, cujos nomes ainda hoje não sei qual foram, e cuja divulgação ocorreu em cima do acontecimento.
Para quando cinema em Mangualde e em Penalva com regularidade?
Para não falar na saga em torno do Cine-Teatro de Mangualde?

Mas falemos agora da capela da Sr.ª da Esperança que se trata de um exemplar único na nossa diocese e que merece uma visita. Com o lançamento deste livro saliento alguns aspectos:
1 - A perspicácia em se apoiar investigadores com provas dadas para elaborarem trabalhos sobre o património do concelho. este foi o primeiro, mas mais reptos foram feitos pela Câmara do Sátão à Dr.ª Fátima Eusébio.
2 - O apoio da Câmara Municipal a este projecto, como também a outro que está a decorrer na área da arqueologia aproveitanto o conhecimento do terreno por parte de um arqueólogo do concelho.
3 - A morosidade do processo de intervenção por parte da DGEMN e do IPPAR nos pequenos imóveis. Esperemos que avance o mais rápido possível o processo de recuperação e valorização deste imóvel.
4 - A importância que teve a irmandade para que a igreja nos chegasse até hoje como está. Nada foi alterado, ou melhor quase nada. O que foi, foi-o devido às alterações do vaticano II e pouco se notam. Quantas igrejas não perderam o seu valor pelas obras levadas a cabo pelos seus administradores??? Vejamos os exemplos que existem em Mangualde e em Penalva.

Por fim rendo aqui a minha homenagem à Fátima Eusébio pelo trabalho desenvolvido em defesa do património artistico da diocese, pelo trabalho académico desenvolvido e pelo apoio que me tem sempre prestado, nunca rejeitando uma sugestão, uma correcção ou um comentário de quem ainda tem muito caminho para trilhar.

Poderão ver informações sobre a Capela em: http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B.aspx
Pesquisar a freguesia de S. Miguel de Vila Boa no concelho do Sátão Distrito de Viseu.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Coimbra, 06 de Setembro de 2006

Hoje não escrevo nada, amanhã voltarei!

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Lisboa, 05 de Setembro de 2006

Tópicos: Classificação de Património Cultural: o papel das autarquias

Uma das formas de salvaguarda do património cultural é a sua classificação. Segundo a legislação em vigor (Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro) existem três graus de classificação: MN – Monumento Nacional; IP – Interesse Público e IM – Interesse Municipal.
Desde a entrada em vigor da Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, que cabe às autarquias locais a classificação de imóveis, sitios ou conjuntos como de interesse municipal.
Um processo simples, que se consegue concluir no prazo de um ano, como a Lei determina.
Na classificação deverá ter-se em conta um ou mais destes itens:
a) O carácter matricial do bem;
b) O génio do respectivo criador;
c) O interesse do bem como testemunho simbólico ou religioso;
d) O interesse do bem como testemunho notável de vivências ou factos históricos;
e) O valor estético, técnico ou material intrínseco do bem;
f) A concepção arquitectónica, urbanística e paisagística;
g) A extensão do bem e o que nela se reflecte do ponto de vista da memória colectiva;
h) A importância do bem do ponto de vista da investigação histórica ou científica;
i) As circunstâncias susceptíveis de acarretarem diminuição ou perda da perenidade ou da integridade do bem.

Os bens em vias de classificação e depois, se forem classificados, ficam sujeitos a diversas imposições legais com vista à sua salvaguarda.

Hoje em dia pela facilidade na instrução e abertura de um processo de eventual classificação como de interesse municipal este torna-se o instrumento mais expedito e eficaz na salvaguarda do património cultural. No entanto, as Câmaras Municipais pouco têm recorrido a ele. Preferem lamentar-se da morosidade do IPPAR e ver o património a destruir-se, ou não andamento aos processos cuja abertura foi requerida pela sociedade civil.

Como é que se justifica que um requerimento de abertura do processo de eventual classificação das “Casas de Canelas”, séc. XV-XIV, que deu entrada em Maio ainda não tenha tido qualquer resposta? Do que se está à espera para a abertura do processo? Da alienação dos imóveis e sua destruição?
Outro caso gritante é o da Fonte dos Linhares, também de Quintela de Azurara, cuja abertura do processo ocorreu há mais de um ano e até ao momento não houve qualquer decisão. Estará a Câmara à espera que proprietário denuncie a mora e depois consiga os seus intentos de transferir a fonte para outro concelho?

E em Penalva do Castelo, do que está à espera para salvaguardar o património cultural requerendo a abertura de processos de eventual classificação? Que desapareça o património que existe classificável? Já o PDM que é dos primeiros em Portugal previa a eventual classificação de inúmeros imóveis, sitios e conjuntos!!!
Já que as Câmara Municipais gostam pouco de ter este tipo de iniciativa para não colocar entraves à expansão urbanística, ao menos que se dê cumprimento à Lei e resposta aos requerimentos da sociedade civil.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Lisboa, 04 de Setembro de 2006

Tópicos: Promoção Turistica de Penalva do Castelo e Mangualde

A promoção turística em Penalva do Castelo quase que se resume a zero. Sem posto de turismo, sem divulgação, sem sítios visitáveis e com condições de interpretação, com poucas unidades hoteleiras. Urge estudar as potencialidades do concelho e criar condições para uma promoção turística do concelho.

No que diz respeito a Mangualde, tem sido feito algum investimento, até porque as condições são outras. Apesar de tudo, dispões de um posto de turismo de alguns sitio visitáveis, e algumas unidades hoteleiras. No entanto o que temos para oferecer aos turistas? Quase nada!
Pode-se ler na página da CMM que o respectivo serviço de Turismo empreendeu este ano duas acções de promoção em duas feiras de Turismo (BTL em Lisboa e FITUR em Madrid). Estas acções até podem ter sido importantes para captar turistas para o concelho, mas penso que foi como que começar a construir a casa pelo telhado.
A primeira preocupação do Serviço de Turismo deve ser dotar o concelho de condições para que este possa ser visitável e percepcionado pelos visitantes. Está-se a gastar dinheiro em algo que não se traduz depois na satisfação de quem nos visita. É como convidar os amigos para visitar a nossa casa nova e depois nem termos uma cadeira para se sentarem.
Há que ir para o terreno, sair do gabinete e estudar a realidade que existe, planear uma verdadeira estratégia de promoção turística do concelho. Uma Câmara que tem, ou tinha em Março deste ano, como colaboradores, pelo menos, três pessoas com formação superior em Turismo, para não falar na Técnica Superior de Turismo que se encontra destacada no Gabinete de Apoio à Presidência, devia já ter apostado num plano municipal de promoção turística e não em acções pontuais que pouco dignificam o concelho.

Tanto num como noutro concelho existem condições favoráveis para esta promoção. O potencial está lá todo, é necessário é criar condições para que o turista o possa usufruir.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Ribeira, 03 de Setembro 2006

Hoje estou feliz por dois amigos que decidiram assumir um compromisso sério para toda a vida.
Um decidiu ser sacerdote e foi ordenado prebítero, a outra decidiu ser religiosa hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus e celebrou ontém a sua profissão perpetua.
Estes dois acontecimentos fez-me pensar um pouco na condição de cristão, nomeadamente católicos romanos.
Toda a a gente estava contente com a cerimónia e com a opção que um deles tinha feito. Tudo é muito bonito quando são os outros a assumirem o compromisso, mas questionados sobre a sua vivência cristã perdem-se em rodeios.
O compromisso cristão não pode ser um exclusivo dos religiosos e dos clérigos, é um exclusivo de todos nós que nos assumimos como tal.
Não podemos viver apenas o nosso compromisso nos 45 minutos que dura a eucaristia dominical, ou quando nos lembramos de contrair matrimónio ou de enterrar um ente querido, ou ainda quando os nossos filhos andam na catequese.
O compromisso é para toda a vida e para ser vivido no quotidiano, não como um porta-estandarte, mas sim como algo intrinseco à nossa maneira de viver. O ser cristão não nos torna melhores ou piores que os outros, nem nos torna diferentes, torna-nos sim nós próprios quando é um compromisso assumido em plena consciência.
Deixo-vos por fim um frase de S. João de Deus, o pai da Familia Hospitaleira onde eu e os meus amigos nos inserimos. "Fazei o Bem, irmãos"
É pequena e simples, mas nem por isso fácil de colocar em prática no dia a dia.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Ribeira, 31 de Agosto de 2006

Tópicos: Muralha Romana de Viseu: Como se gasta dinheiro para não se ver nada!

Hoje não vos falo das terras de Mangualde ou de Penalva, mas sim da cidade de Viseu onde hoje estive a trabalhar.
Aproveitando o facto de estar a trabalhar no Arquivo Distrital de Viseu, à St.ª Cristina, aproveitei a hora de almoço para ir ver a muralha romana, cuja musealização foi recentemente inaugurada.
Decepção total! Não consegui ver nada.
Depois de tanta polémica sobre o futuro do achado arqueológico, de tanto dinheiro investido, e neste caso gasto, apresenta-se uma solução onde o visitante tem que fazer um esforço para ver qualquer coisinha.
O problema reside no facto de terem colocado um dispositivo anti-derrapante sobre o vidro tão basto que conjugado com o reflexo dos prédios não deixa descortinar a muralha na sua plenitude.
Resta-me a consolação de a ter visualizado a quando da sua descoberta.
Se quiser ir ver a muralha romana talvez seja melhor ir de noite, talvez se consiga ver melhor, com a luz artificial que foi colocada.
Em vez do anti-derrapante mais valia terem colocado um dispositivo simples de protecção à volta da superfície de vidro de forma que as pessoas não transitassem sobre esta. Assim, talvez se conseguisse ver mais alguma coisinha, mesmo com o reflexo dos edifícios.