quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Ribeira, 30 de Agosto de 2006

Tópicos: Romanos em Quintela de Azurara; Judeus em Real?

Hoje por questões de saúde não trabalhei e tendo a tarde mais vaga decidi rever dois elementos patrimoniais de duas freguesias em que tenho trabalhado.

Romanos em Quintela de Azurara
Quintela de Azurara possui diversos vestígios da ocupação romana (veja-se
http://quinteladeazurara.no.sapo.pt/vestrom.html) que indicam a possível existência de um vicus (uma pequena aldeia) naquela época. Hoje voltei a observar uma área que foi identificada durante o inventário dos bens culturais da igreja paroquial em 2004. Trata-se de uma ara dedicada a IOM (Iupiter Optimo Maximo) o deus dos deuses romanos, por um tal de Asbinus ou Alcbinus e aqui é que está o cerne da questão. Pois não se consegue ler bem o nome e quer uma ou outra solução não tem paralelo. Bem tentei hoje descurtinar mais alguma coisa mas não consegui.
Fotografia em:
http://quinteladeazurara.no.sapo.pt/vestrom.html

Judeus em Real?
Na parede da futura Casa de Apoio Social encontram-se duas gravuras rupestres que me despertaram a atenção depois de ter visto um “post” de 06-03-2006 no blog “Judeus em Fornos de Algodres” (
http://judeusterrasdealgodres.blogspot.com). Noutras casas da aldeia de Real encontram-se algumas outras gravuras rupestres com cruciformes (símbolos em forma de cruz) e até pinturas destes símbolos em utensílios agrícolas. Apesar da nossa formação em Arqueologia, não nos aventuramos a indicar uma cronologia ou uma origem e funcionalidades concretas para este tipo de vestígios arqueológicos.
Fotografia em:
http://cduemreal.no.sapo.pt/terra.html

Estes dois elementos patrimoniais têm um aspecto em comum, foram alvo da ignorância dos seus proprietários que os colocaram em situações precárias.
No primeiro caso, esta ara foi encontrada a servir de base a um arranjo de flores na tribuna do altar-mor com cimento como marca das últimas obras na igreja, durante as quais foi encontrada.
No segundo caso, as gravuras estavam numa casa velha e foram agora embutidas na fachada da futura “Casa de Apoio Social”, onde estão à mercê dos agentes climáticos.
Como prevenir estas situações?
Primeiro de tudo através de acções consertadas de levantamento e inventário do património cultural e, simultaneamente, de sensibilização da população para a preservação do seu património!
Depois pelo cumprimento da Lei pelos responsáveis autárquicos. A Lei n.º 159/99, de 11 de Setembro e a Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro empurrou para as autarquias locais um papel importante na salvaguarda do património cultural não classificado ou classificado como de Interesse Municipal, no entanto poucos têm sido os investimentos por parte das autarquias nesta área. Ou então são investimentos pontuais neste ou naquele monumento, nesta ou naquela acção dispersas no espaço e no tempo que não constituem uma política integrada e concertada de salvaguarda do património cultural.
Esperemos que a regulamentação da Lei n.º 107/2001 e a nova lei de competências das autarquias locais venha dar um novo fôlego às autarquias locais com o apoio do Estado.
Se existe um programa chamado “Rede Social”, que fez brotar nos concelhos as “Redes Sociais” ou o das Florestas, que fez brotar os Gabinetes Técnicos Florestais, porque não existir um programa semelhante para o Património Cultural que fizesse brotar “Gabinetes Técnicos de Património Cultural”. Um GTPC bem apetrechado e com mobilidade e financiamento autónomos e com quatro técnicos a tempo inteiro (arqueólogo, historiador de arte, arquitecto e arquivista, com formação base em história) e apoio administrativo adequado conseguia num horizonte temporal de 4 anos implementar uma eficiente política de salvaguarda do património cultural quer no caso do concelho de Mangualde, quer no de Penalva do Castelo.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Ribeira, 29 de Agosto de 2006

Tópicos: Noites de Cinema em Mangualde; Sítio na Internet da C. M. De Penalva do Castelo: para quando?

Noites de Cinema em Mangualde
Soube hoje, ao almoço, pelo meu pai que iria haver cinema em Mangualde promovido pela Câmara Municipal. Comentei, logo, estranhar o facto de não vir nada referido no sítio da Internet da CMM.
De tarde ao deslocar-me à Biblioteca Municipal e outros sítios de Mangualde, vejo afixados em vários locais os cartazes. Pensei, bem vamos ver que filmes vão ser exibidos para ver se vale a pena vir cá! Mas qual foi o meu espanto, quando não consegui descortinar naqueles escuros folhetos o nome dos filmes a exibir!!!
Será que a CMM pensa que os mangualdenses estão tão sedentos de cinema que o que interessa é haver cinema e não os filmes que vão ser exibidos?
Terá sido esta iniciativa uma contra-resposta à resposta dos entrevistados do último boletim que se queixavam da falta de cinema em Mangualde?
Porque não exibir cinema à 6ª feira ou sábado à noite? É que amanhã e depois é dia de “pica boi”!!!

Sítio na Internet da C. M. De Penalva do Castelo: para quando?
A CMPCT tem modificado a página de abertura do seu sítio, mas nunca mais coloca todo o sítio à disposição da população. Houve uma altura, em que pelo Google se conseguia aceder ao interior do sítio onde podíamos encontrar diversa informação sobre o concelho e a Câmara Municipal. Agora nem isso.
Deparamo-nos com uma página de mera propaganda do diversos eventos promovidos pela Câmara Municipal, mais nada!
Mas podia colocar aqui outros eventos importantes para a população. Como seja a consulta pública que está a decorrer sobre o Projecto de Regulamento de Apoio de Apoio Social à família carenciadas do Município de PCT; os editais de convocatória para as sessões da Assembleia Municipal, as datas das Reuniões Públicas da Câmara Municipal, as suas deliberações, e outras informações importantes para a participação da população e transparência dos actos da Câmara.
Quererá a Câmara Municipal fechar-se no seu “palácio” e apenas dar “pão e circo” para ir entretendo a população?

É que até as noticias ali colocadas pouco dizem. Vejamos a noticia sobre o novo local da feira, quem a lê fica sem saber onde é o local. Também há as noticias em que se agradece a determinados funcionários pelo empenho na realização de determinada actividade, como seja a Juventude Activa. Então os funcionários não são remunerados para fazerem o seu trabalho, não é isso que lhes compete? Bem, a um Técnico Profissional de Biblioteca e Documentação não deveria caber a organização deste tipo de actividades, mas isso é outra história.

Olhando da Ribeira.

Ribeira é uma pequena aldeia da freguesia de Real, concelho de Penalva do Castelo e distrito de Viseu, Portugal. Aldeia onde nasceram e viveram os meus antepassados e onde eu decidi assentar arrais depois de concluir a minha licenciatura.
Daqui, cada vez mais, vou olhando as terras de Penalva e as de Mangualde quase sempre separadas pelo rio Ludares, excepto na Ribeira e em Sandiães, freguesia de Castelo de Penalva. Dizem que uma foi vendida por um burro e outra por um cavalo. Claro que creio que a Ribeira foi vendida por um cavalo!!!
Aqui, neste blog, irei escrever o que vou olhando de um lado e do outro do Rio Ludares. Também escreverei sobre o que for olhando um pouco mais além.
É meu desejo que este espaço seja um lugar de partilha do que penso em cada dia. Por isso cada post poderá conter mais que um tema.
Ribeira, 29 de Agosto de 2006
Pedro Pina Nóbrega
http://pedropinanobrega.no.sapo.pt